BRASÍLIA ? O PSOL vai interpelar oficialmente o ministro da Transparência, Controle e Fiscalização do governo interino de Michel Temer, Torquato Jardim, na próxima segunda-feira. O partido não aceita generalizações e exige retratação imediata para que seja excluído da afirmações feitas por Jardim ao jornal ?O Diário do Povo do Piauí?, no dia 18 de maio, mas publicadas na última quinta-feira, dia de sua posse no ministério. Em sua declaração, ele afirmou que ?os partidos políticos são balcões de negócios?.
O líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente, considera inaceitável que seu partido, que tem destacada atuação crítica e não tem cargos no governo, seja incluído neste rol desonroso.
? Queremos retratação imediata. A interpelação é para que o ministro nomeado por Temer esclareça por que incluiu o PSOL na vala comum das generalizações dos partidos políticos. Nós somos um partido programático, ideológico, que não tem cargos no governo, não negocia votações, e não aceita essa pecha ? afirmou.
Valente destaca que o cerne da crítica feita por Jardim é pertinente. O ministro de Temer afirmou que o ?centrão?, bloco formado por 13 partidos, atua ?em nome da corrupção e da safadeza?. Para o líder do PSOL, essa observação, no entanto, revela uma contradição.
? A nós causa estranheza que um sujeito como ele, que apresenta essa visão, tenha aceito fazer parte desse governo interino ? declarou.
O deputado Chico Alencar, vice-líder do PSOL na Câmara, reiterou que o PSOL não aceita ser confundido com partidos fisiológicos que vivem às custas do poder.
? O dr. Jardim, que tem inegável conhecimento das deficiências do nosso sistema político não pode generalizar. Além da interpelação oficial exigindo retratação, enviaremos a ele materiais programáticos do partido e sobre a atuação de nosso parlamentares, que abertamente repudiam esse toma-lá-dá-cá que ele denuncia ? destacou.