Cascavel – Após sete meses, ontem (22) foi realizada a cerimônia de encerramento do Projeto Lean nas Emergências no HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), em Cascavel. O projeto, em parceria com o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio-Libanês, visa à potencialização de resultados, eliminação de desperdícios, melhoria e aproveitamento do potencial humano e, hoje, os resultados da aplicação do programa foram apresentados.
Dentre as melhorias constadas pós-projeto, teve a criação do Núcleo Interno de Regulação – órgão gestor dos leitos do HU – para que haja maior giro de leitos e atender uma maior população.
O diretor-geral do HU, Edison Leismann, reitera que buscam “atender melhor, mais rápido, com maior eficiência e eficácia, menos fila. Nesse período nossos resultados são excelentes, entre os melhores dos 20 hospitais do projeto, e isso só foi possível pela colaboração, participação e compreensão de todos envolvidos no projeto, indistintamente. Todos entenderam e colaboraram nessa iniciativa”.
Segundo o diretor administrativo do HU, Rodrigo Suzuki, “o grande desafio na parte administrativa é a mudança cultural, motivar as pessoas para que elas participem do projeto. O que o Lean mais traz de benefício é trabalhar com indicadores. E a partir do momento que começamos a ver os resultados nesses indicadores e ver diferenças na parte organizacional de cada setor, a motivação é maior”.
A expectativa inicial era promover melhorias na enfermagem e no pronto-socorro, mas o impacto surtiu pelo hospital todo. Rodrigo Nicácio, diretor-técnico do Consamu, conta que o projeto refletiu positivamente na regulação das emergências e das urgências das Regionais de Saúde de Toledo e Cascavel. “A gente sempre viveu uma dificuldade histórica em utilizar o HU, que é a nossa principal, maior e melhor referência. Com o projeto, essas otimizações dos processos internos e o foco de liberação do Pronto-Socorro, conseguimos em algumas semanas um resultado incrível no que diz respeito ao acesso mais facilitado às vítimas de urgência, rotação no pronto-socorro, sala de emergência e UTIs. Os pacientes começaram a passar cada vez menos tempo no Pronto-Socorro, o tempo de espera pelos leitos também diminuiu, e isso refletiu positivamente nas UPAs e nas cidades da região”.
Resultados
O HU tem 238 leitos ativos, 68 disponíveis para Pronto-Socorro e 14 para UTI. Durante a execução do projeto, foram analisados tempo de espera, taxa de ocupação, tempo médio de internação, exames, quantidade de pacientes semanalmente, incidência de pacientes horizontais ou verticais, entre outros itens.
Daniel Meira, consultor do Projeto Lean, conta que o desafio no HU foi grande, principalmente no aspecto de readaptação dos funcionários. “Hoje vemos uma redução de 148 metros na trajetória do paciente dentro do hospital, isso significa uma diminuição de 34%”.
O indicador de superlotação teve uma redução de 26%, além da diminuição do tempo no hospital tanto para pacientes sem internação, quanto para os com internação. O tempo médio de permanência caiu 5%.