Cotidiano

Projeto Polinizando Saberes realiza a instalação de ninhos de abelhas sem ferrão na Univel

Os acadêmicos das mais diversas áreas do conhecimento e integrantes do Projeto Polinizando Saberes construíram ninhos de abelhas sem ferrão

Projeto Polinizando Saberes realiza a instalação de ninhos de abelhas sem ferrão na Univel

O “Projeto Polinizando: Saberes com abelhas indígenas sem ferrão – Uma alternativa para construção do conhecimento”, coordenado pelo professor Edvaldo Geraldo, realizou diversos encontros, com acadêmicos dos cursos das mais diversas áreas do conhecimento. Para marcar de forma simbólica a importância das abelhas para os ecossistemas, foi realizada a instalação de caixas/ninhos de abelhas nativas sem ferrão, das espécies Jataí e Mandaçaia, no campus do Centro Universitário de Cascavel – Univel.

Estiveram presentes na inauguração da instalação dos ninhos de abelhas, o coordenador do projeto Polinizando Saberes, Edvaldo Geraldo, o coordenador do curso de Medicina Veterinária, Paulo Tadeu Figueira, o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV/PR), Rodrigo Távora Mira, o presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET/PR), Cezar Amin Pasqualini, o reitor da Univel, Renato Silva, dentre outros coordenadores de curso e acadêmicos.

De acordo com o coordenador do projeto Polinizando Saberes, Edvaldo Geraldo, estão participando do projeto acadêmicos de diversos cursos como Medicina Veterinária, Nutrição, Direito, Gastronomia e Biomedicina, que em conjunto com a coordenação do curso de Engenharia Civil, construíram a estrutura e as caixas para as abelhas. Não apenas as estruturas foram desenvolvidas com toda a atenção, mas também a escolha das abelhas sem ferrão, foi feita para que melhor se adaptasse ao ambiente do campus. “Primeiro escolhemos duas espécies abelhas muito dóceis, que é Jataí e Mandaçaia. A Jataí é muito comum na área urbana e remete a memórias afetivas do sítio dos avós, da casa dos tios ou dos pais, uma abelha adaptada ao ambiente urbano, muito mansa e que produz um mel de excelente sabor. A Mandaçaia é um pouco mais robusta e pode assustar as pessoas, mas também é muito mansa, e que tem como função principal que é polinizar árvores de grande porte. Ambas são adaptadas para a convivência com os alunos, que podem chegar tirar fotos e conhecer melhor”, conta Edvaldo.

Atualmente estão instaladas quatro caixas (duas de Jataí e duas de Mandaçaia) e a ideia do projeto é aumentar o número de caixas. “A Univel se destaca em ser uma das primeiras instituições de ensino da região a ter essa consciência ambiental e ter enxames de abelhas nativas sem ferrão dentro do campus, promovendo a educação ambiental e claro, apoiando na polinização da flora em toda a comunidade ao redor”.

De acordo com o presidente do CRMV/PR, Rodrigo Távora Mira, esta ação é muito representativa, não apenas pela importância da atuação das abelhas na natureza, mas também por representar a atuação dos médicos veterinários na inspeção de alimentos como o mel e o cuidado realizado a estes insetos. “Este momento é extremamente importante para a Medicina Veterinária, principalmente para acabar com o estigma que a classe tem diante da sociedade, que acredita que o médico veterinário lida apenas com os animais de companhia, mas que além disso que a inspeção do mel também passa de forma obrigatória pelas mãos destes profissionais, para a realização da inspeção (atividade privativa dos médicos veterinários). Esta ação representa de forma brilhante o conceito de saúde única, em que a saúde animal, ambiental e humana, sejam conectadas de forma indissociável”, ressalta Rodrigo.

Para o Reitor da Univel, Renato Silva, a instalação dos ninhos de abelhas sem ferrão no campus, é muito importante. Principalmente pelo o que estes pequenos insetos representam para a natureza e para a sociedade. “Nós temos muito a aprender com os animais, principalmente com as abelhas, que são os insetos mais poderosos da natureza. Apesar de tão pequeno, produz o que há de mais doce, que é o mel. Um inseto tão valioso, ainda realiza a polinização e ainda mais é sem ferrão”.

Para egressa do curso de Direito da Univel e participante do projeto Polinizando Saberes, Traine Cortina Poeta Castilho da Silva, o contato com as abelhas começou ainda na infância e a temática ambiental faz parte da sua carreira profissional. “Eu sempre fui envolvida com abelhas, meu avô sempre teve na sua fazenda várias colmeias de Jataí. Posteriormente quando me formei e ingressei como membro da Comissão de Direito Ambiental da OAB, ingressei com um projeto de abelhas em um concurso Estadual para Advogados da OAB PR. Todavia, como pouco meses depois a pandemia do Covid se alastrou, meu projeto não saiu do papel. Como sigo as redes sociais da Univel, vi que havia esse projeto de pesquisa e entrei em contato com o professor Edivaldo, que ressaltou a importância da minha como aluna egressa, fiquei extremamente feliz, mas em resumo, o motivo da minha participação é o amor e a importância que esses seres minúsculos têm na minha vida”, declara traine.

Para a egressa a instalação dos ninhos é de grande importância, tanto para acabar com estigmas das abelhas serem “más” por conta do ferrão, quanto para mostrar para os acadêmicos e demais visitantes do campus, a variedade de abelhas nativas sem ferrão e a importância para todo o ecossistema. “Quando geralmente se fala em abelhas, o que vem na cabeça são aquelas abelhas africanas, com ferrão, que entram no seu refrigerante e, apesar de não serem nativas do Brasil, são mais conhecidas. Em contrapartida, as abelhas sem ferrão, além de nativas do Brasil, são mais sociáveis, não atacam as pessoas e não causam alergia, são insetos incríveis, que merecem mais reconhecimento”, reforçou Traine.