RIO – A greve dos professores que já dura mais de três meses vai continuar pelo menos até a próxima quinta-feira. Durante assembleia, realizada nesta quarta-feira, a categoria decidiu permanecer de braços cruzados e uma nova reunião foi marcada para semana que vem. A decisão dos professores aconteceu após um encontro com os secretários Wagner Victer e Afonso Monerat, de Educação e Governo, ontem. Na ocasião, não houve negociação.
A principal reivindicação dos professores é o reajuste de 30% do salário. Durante a reunião, o governo informou que não há perspectiva de aumento e não apresentou proposta. A categoria também exige um calendário unificado de pagamento dos servidores. O governo mantém o pagamento até o décimo dia útil e não descarta o risco de parcelamento.
Na tarde desta quarta, alunos do movimento de ocupação e professores fizeram uma manifestação no Centro da cidade. Eles seguiram da Candelária até a Alerj. Por causa do deslocamento, a Avenida Presidente Vargas e Primeiro de Março chegaram a ficar interditadas. O trânsito ficou caótico no Centro e houve retenções nas Avenidas Presidente Antônio Carlos; Chile, Beira-Mar, além da Rua da Carioca e Lavradio. O ato pacífico reuniu também mulheres que lutam pelo fim da cultura do estupro. Os dois grupos resolveram unificar as lutas porque o fim da cultura de estupro começaria na forma como se educa as crianças e, por isso, o trabalho dos profissionais de educação seria fundamental para combater preconceitos.
Na Alerj, os professores conseguiram marcar uma reunião com o presidente da casa, deputado Jorge Picciani (PMDB). A categoria quer a ajuda do parlamentar para intermediar as negociações com o governo. O encontro vai acontecer na próxima terça-feira, às 14h.
? Vamos pedir que ele nos ajude a dar agilidade aos temas da nossa pauta. A categoria não vai sair da greve enquanto o governo não apresentar uma proposta completa sobre a reajuste salarial ? disse a coordenadora do Sepe, Dorotéia França.