QUITO ? O Procurador-Geral do Equador, Galo Chiriboga, pediu nesta quarta-feira uma ordem de prisão contra dois opositores do governo. Ele acusou o jornalista Fernando Villavicencio e o ex-deputado Cléver Jiménez de terem supostamente interceptado mensagens trocadas entre o presidente equatoriano, Rafael Correa, e um funcionário do seu gabinete. A defesa refuta as suspeitas, afirmando que esta é uma estratégia política para silenciar as frequentes denúncias de corrupção feitas pelos acusados.
?Incrível, o governo equatoriano pretende nos encarcerar por suposto ataque hacker, enquanto protege Julian Assange, o melhor hacker do mundo?, escreveu, em seu Twitter, Jiménez, fazendo uma referência ao fundador do WikiLeaks, que está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012.
A história remonta a 2013, quando ambos os acusados afirmaram que tinham mensagens de Correa e do secretário jurídico da presidência, Alex Mera, sobre o caso do julgamento multimilionário por contaminação contra a petroleira Chevron. À época, Jiménez ocupava o cargo de deputado pelo partido Pachakutik, enquanto Villavicencio era assessor parlamentário.
No Equador, o crime pode acarretar em uma pena de até seis anos de prisão. Além disso, Jiménez, Villavicencio e o médico Carlos Figueroa deverão pagar US$ 141 mil de indenização a Correa, como parte de outro julgamento, por insultos ao presidente.
Correa também já ganhou processos por insultos contra o jornal ?El Universo?, que terminou com um resultado de US$40 milhões em favor do presidente. Os jornalistas Juan Carlos Calderón e Christian Zurita, por sua vez, receberam sentenças para pagar US$ 2 milhões. Em ambos os casos, Correa se recusou a cobrar o dinheiro na última hora.