Lima – O Congresso do Peru aprovou por ampla margem ontem a continuidade do procedimento de impeachment do presidente Pedro Pablo Kuczynski por sua relação com a construtora brasileira Odebrecht. A iniciativa teve 87 votos favoráveis e 14 contrários.
Esta é a segunda vez em menos de três meses que o futuro político de Kuczynski ficará nas mãos de um Congresso dominado pela oposição. Em dezembro, iniciativa similar para tirá-lo do cargo fracassou graças à abstenção de dez legisladores do fujimorismo.
"Foi admitida a moção de vacância presidencial", declarou o presidente do Congresso, Luis Galarreta, ao fim da votação que foi precedida por quase uma hora de debate.
Eram necessários ao menos 51 votos para a tramitação da moção. Para que a vacância seja aprovada pelo congresso na próxima quinta-feira, 22, são necessários os mesmo 87 votos que a moção obteve hoje, o que coloca o presidente peruano em uma situação delicada.
Acusações
Kuczynski, empresário e banqueiro de direita de 79 anos, é acusado de ter mentido sobre sua ligação com a empreiteira brasileira Odebrecht. A empresa admitiu ter feito pagamentos milionários de forma irregular para políticos peruanos.