Cotidiano

Porta trancada impediu que pais salvassem bebês em hospital de Bagdá

parentes.jpgBAGDÁ ? Novos detalhes sobre a tragédia em uma maternidade que pegou fogo em Bagdá mostram uma tentativa em vão dos pais de salvar seus bebês.

Mariam Thijeel, mãe de um dos 13 recém-nascidos prematuros mortos no incêndio, relatou ter corrido para a enfermaria ao ouvir gritos na noite de terça-feira.

? A eletricidade foi cortada e, em seguida, as portas ficaram trancadas. Não havia ninguém na ala de recém-nascidos, e não pudemos salvar os bebês ? contou Mariam ao ?New York Times?, descrevendo o caos no hospital incendiado.

Os pais tentaram desesperadamente encontrar algum funcionário do hospital que tivesse as chaves da ala dos recém-nascidos.

? Pedimos a ajuda de uma das funcionárias, mas ela disse: ?Eu não posso ajudá-la, é um incêndio?.

Testemunhas disseram que não havia ninguém da equipe médica dentro da sala dos bebês no momento em que o fogo se alastrava. Segundo relatos, os bombeiros levaram mais de uma hora para chegar ao hospital Yarmouk.

Fotos mostraram incubadoras carbonizados, com a suas tampas plásticas derretidas pelas chamas.

O Ministério da Saúde iraquiano informou que 29 pacientes mulheres e oito bebês foram transferidos e tratados de queimaduras ou inalação de fumaça em outro hospital com segurança.

O incêndio é a mais recente tragédia a atingir a capital iraquiana, na sequência de meses de ataques suicidas.

Familiares das vítimas culparam o governo pela manutenção de má qualidade do centro de saúde, falhas elétricas, extintores de incêndio quebrados e uma resposta lenta dos bombeiros.