RIO ? O candidato do PMDB à prefeitura do Rio, Pedro Paulo, pode não ir ao debate na Rede Record, marcado para o próximo domingo, uma semana antes da eleição. Na última semana, durante a reunião para definição das regras do programa entre diretores da emissora e das campanhas dos candidatos, a equipe de Pedro Paulo condicionou sua ida a uma regra: que a Record não autorize o uso de trechos do debate pelos candidatos em seus programas eleitorais.
Pedro Paulo confirmou neste sábado que aguarda um desfecho das negociações entre sua campanha e a Record para garantir a presença, mas que sua intenção é de ir ao debate. Alvo preferencial dos ataques dos adversários, o peemedebista avalia que outros candidatos fazem ?dobradinha? para atacá-lo mesmo quando ele não está envolvido na pergunta, para depois usarem os trechos em seus programas.
? Só quero estabelecer condições iguais. A minha candidatura é a candidatura da continuidade, eu fico ali (no debate), todo mundo falando de mim e eu não posso responder. Não tenho problema nenhum com as pessoas criticarem o Pedro Paulo, o Eduardo Paes ou o governo, agora, o que a gente tem que estabelecer são condições iguais de competição ? afirmou Pedro Paulo, durante caminhada na Barreira do Vasco, na Zona Norte do Rio.
Ele levantou suspeição sobre a isenção da Rede Record, que pertence à Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o senador Marcello Crivella (PRB), líder nas pesquisas de intenção de voto para prefeito, é bispo licenciado.
? A gente tem que ficar atento porque a Record é do bispo Macedo, tio do bispo Crivella. O bispo Crivella é o futuro dono da Rede Record, é sócio da Record. Não tenho problema em jogar em La Bombonera (estádio do time argentino Boca Juniors, conhecido pela grande pressão sobre os visitantes), só quero saber se o juiz será imparcial. Não tenho problemas em jogar na casa do adversário. Eu vou (ao debate) se tiver regras claras, e condições de fazer um debate igual e propositivo, como foi nos outros debates (Band e RedeTV!). Com a Record temos de ter mais cuidado ? completou.
O peemdebista comentou ainda a última pesquisas para prefeito do Rio, feita pelo Ibope e divulgada na última semana. Pedro Paulo aparece com 9% das intenções de votos. Este número corresponde a exatamente um terço da avaliação de ?ótimo/bom? da administração de Eduardo Paes (27%), padrinho político de Pedro Paulo, que mantém a esperança de conseguir se beneficiar do apoio do atual prefeito.
? As pesquisas não me derpimem nem emocionam. Sou especialista em gestão pública, não em pesquisa eleitoral. Estava em sexto, e estou sem segundo, acho isso relevante. O prefeito está (atuando na campanha) no limite do que a legislação eleitoral permite. Hoje (sábado) ele está fazendo campanha o dia inteiro. Tem gente que tem padrinhos que não conhecem a cidade, eu tenho o melhor padrinho, o melhor cabo eleitoral de todos.
CRIVELLA: COMECEI NA POLÍTICA COM 40% DE REJEIÇÃO
Também neste sábado, Marcello Crivella comentou sua proximidade com a Universal, fato explorado por seus adversários em campanhas anteriores e também na atual. E admitiu que isso dificultou seus desempenhos eleitorais até aqui.
? Não cola mais essa coisa que o pessoal está inventando. De quatro em quatro anos, o pessoal descobre que o Crivella é da Universal. Na verdade, de dois em dois, porque está é a minha sétima eleição nos últimos 12 anos. Perdi quatro, ganhei duas. Sabia que não seria fácil. Eu comecei na política com rejeição de 30%, 40%. Isso é muito difícil. Como que passa? Só o tempo. Aquela coisa que foi desgastada na época do Pezão: ?ah, ele é da igreja, é o bispo Macedo que vai mandar?, o pessoal votou no Pezão baseado nessas premissas e depois verificou que isso não tem nada a ver com eleição.