Ponta Grossa – O desentendimento entre o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o governo de Cuba, que sinaliza para o fim do convênio do programa Mais Médicos, pode representar a baixa de 458 profissionais cubanos no Paraná. Eles atuam em 187 cidades paranaenses. O Estado já chegou a ter 700 médicos vindos da ilha caribenha. Os 458 que estão no Paraná representam pouco mais de 5% dos 8,5 mil médicos cubanos que atuam no programa.
No Paraná, a cidade mais afetada é Ponta Grossa, onde estão 56 médicos cubanos. Segundo Robson Xavier, secretário adjunto de Saúde em Ponta Grossa, os profissionais cubanos representam 75% da força de trabalho nas 54 unidades básicas e fizeram cerca de 300 mil consultas no ano passado. São responsáveis por atendimentos domiciliares, programas de atenção à gestante, saúde da família e medicina preventiva. Durante os cinco anos de atuação na cidade, teriam contribuído para a redução de índices de mortalidade infantil.
De acordo com Xavier, o programa permitiu a ampliação do atendimento à população, com custos menores para a prefeitura, que arca com uma bolsa de R$ 2,5 mil para pagar alimentação, hospedagem e transporte. Se o município tiver de gastar com os salários de médicos a serem contratados, a estimativa é de que a despesa se aproxime de R$ 840 mil por mês. O prefeito Marcelo Rangel convocou uma reunião de emergência e algumas alternativas estão sendo avaliadas.