Cotidiano

Pão de Açúcar tem rombo de R$ 512 mi com fraude em comércio eletrônico

SÃO PAULO – O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou que terá que fazer um ajuste de R$ 512 milhões em seu resultado líquido do ano passado para se adequar às fraudes encontradas na Cnova Brasil, empresa controlada pelo grupo e que é responsável pelos negócios de comércio eletrônico. Além do rombo no lucro líquido, também será feita uma redução de R$ 304 milhões no patrimônio da companhia varejista, que divulga nesta quarta-feira o balanço do segundo trimestre.

Em 2015, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 251 milhões. O lucro só foi possível devido ao desempenho do segmento de alimentos (bandeiras Extra, Pão de Açúcar, Assaí), uma vez que a Via Varejo (Ponto Frio, Casas Bahia) registrou prejuízo. A Cnova Brasil opera o comércio eletrônico de todas essas bandeiras. Tanto o GPA como a Cnova NV (com sede em Amsterdã) são controladas pelo grupo francês Casino.

Segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ontem à noite, essa proposta de ajuste precisa contar com a aprovação do Conselho de Administração e irá afetar também as comparações com os anos de 2013 e 2014 e o primeiro trimestre de 2016. A data da reunião do conselho não foi informada.

Esse ajuste milionário decorre, principalmente, de uma auditoria realizada na Cnova que identificou uma série de compras na área de vendas, como receitas maiores do que as realizadas de fato, lançamentos contábeis inadequados e perdas com fretes. “Durante a revisão interna, a Cnova determinou que suas demonstrações financeiras consolidadas anteriormente publicadas referentes aos exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2013 e 2014 continham certos erros e, portanto, não deveriam mais ser considerados fiáveis”, disse a Cnova, ao justificar a necessidade de ajuste que irá impactar o balanço do Grupo Pão de Açúcar.