Cotidiano

Ouça a reação do presidente colombiano no telefone ao saber que levou Nobel da Paz

RIO ? Nesta sexta-feira, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, recebeu um telefonema de grande honra. Era o anúncio formal da sua premiação ao Nobel da Paz, por conta dos seus esforços para assinar o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A conversa com o mandatário foi gravada pelo comitê do prêmio. Ouça o telefonema e a reação do presidente.

Comitê do Nobel: Bom dia, presidente Santos. Meu nome é Adam Smith, representante do Nobelprize.org, o site oficial do Prêmio Nobel em Estocolmo. Em nome de todos, gostaria de felicitá-lo pela obtenção do Prêmio Nobel da Paz.

Muito obrigado. Recebo este prêmio com muita emoção. É algo é muito importante para o povo do meu país, para o povo que sofreu com a guerra, especialmente as vítimas. É um grande reconhecimento para o meu país e o recebo com toda a humildade. Estou eternamente agradecido.

O Comitê Nobel foi explícito no seu comunicado oficial, em que indica que o prêmio também homenageia o povo colombiano. Imagino que é algo com que o senhor concordaria.

Claro, os colombianos e, sobretudo as vítimas, são muito importantes para nós e recebo este prêmio em seu nome: os colombianos que sofreram muito com 52 anos de guerra. E especialmente pelas milhões de vítimas que sofreram com esta guerra que estamos prestes a terminar.

Que mensagem o senhor quer enviar com este prêmio?

A mensagem é que temos que perserverar até chegar ao fim desta guerra. Estamos muito muito perto e apenas necessitamos avançar um pouco mais. Isso contribui a um grande estímulo para chegar a este fim e começar a construção da paz na Colômbia. Isso é para que todo o povo colombiano, que vai receber (o prêmio) com emoção, especialmente as vítimas. Eles ficarão muito felizes porque é em seu nome que este prêmio é dado.

Dados todos os obstáculos no caminho à paz, gostaria de perguntar o que manteve o senhor firme em sua determinação para encontrar uma solução pacífica?

Bom, é simplesmente uma questão de acreditar em uma causa. E não há melhor causa para uma sociedade ou um país do que viver em paz, algo que infelizmente os colombianos não puderam ter por três gerações. Este é o momento, as condições são certas e temos apenas que perseverar. Esta tem sido a força que me deu o estímulo para perseverar: as boas causas.

E, por último, a notícia do seu Prêmio Nobel será transmitida em todo o mundo. Há algo que o senhor gostaria de pedir às pessoas para ajudá-lo na busca de uma saída pacífica à guerra civil na Colômbia?

Basta dizer que estamos muito perto de alcançar a paz. Com o outro grupo com quem estamos lutando hoje estamos muito perto também de chegar à paz. Os dois grupos com quem estamos negociando receberam isso como um estímulo de todo o mundo: temos que chegar a um acordo muito em breve. Chegamos a um acordo com o primeiro grupo, com o segundo grupo estamos muito perto. Apenas precisamos seguir até o fim.

E as pessoas de todo o mundo que também esperam uma solução pacífica podem fazer alguma coisa para ajudá-lo?

Bom, a comunidade internacional tem sido um grande apoio. (Eu diria) para continuar o apoio e continuar dizendo que todo o mundo espera que os colombianos, especialmente as partes envolvidas, cheguem a um acordo muito em breve. Há também algumas pessoas que não apoiam o governo neste processo de paz e estamos falando com elas. De fato, iniciamos as conversações com elas há apenas alguns dias e espero que entendam a importância de contribuir e apoiar este processo, pois a paz seria muito mais forte e duradoura com o apoio de cada cidadão da Colômbia.

Obrigado por compartilhar seus pensamentos conosco e tirar tempo para falar conosco. Uma vez mais oferecemos nossas felicitações ao snehor e ao povo colombiano.

Obrigado. Obrigado do fundo do meu coração e em nome de todos os colombianos, especialmente das vítimas. Muito, muito obrigado.