Cotidiano

Ordem de despejo leva Daslu a fechar loja em shopping de São Paulo

SÃO PAULO. A loja da Daslu no shopping JK Iguatemi, no Itaim, em São Paulo, está fechando as portas por atraso nos alugueis. A ordem de despejo foi expedida pelo juiz Rogério Sampaio, da 27ª Vara Cível da Justiça da capital paulista no último dia 13. Até a quarta-feira, dia 19, porém, a ordem de despejo não havia sido enviada à central de mandados do Tribunal, para que um oficial de Justiça executasse o fechamento.

Mesmo assim, a Daslu divulgou comunicado confirmando “o encerramento das atividades na loja JK Iguatemi, devido a irredutibilidade do shopping nas negociações e baixo fluxo do mesmo”.

A Iguatemi Empresa de Shopping, que controla os centros comercias do grupo, entrou com uma ação contra a Daslu na Justiça paulista em janeiro deste ano. O pedido de despejo baseava-se na falta de pagamento de aluguéis e de qualquer garantia locativa.

Em abril, as partes chegaram a um acordo e o juiz responsável pelo caso suspendeu a ordem de despejo da varejista. A Daslu, porém, descumpriu o acordo e também ignorou pedido do juiz para se manifestar sobre porque não cumprira o combinado.

Diante disso, a Iguatemi voltou ao juiz e pediu a execução da sentença de despejo coercitivo.

O fechamento da loja da Daslu no JK Iguatemi, um dos mais luxuosos da capital paulista, havia sido antecipado pelo colunista Lauro Jardim, na quarta-feira. Segundo ele, os aluguéis e multas devidos pela Daslu já somariam R$ 4 milhões. Procurado, o grupo Iguatemi

Além dessa loja, a Daslu tem outra loja no Shopping Cidade Jardim, também em São Paulo, uma no Rio de Janeiro e outra em Ribeirão Preto. Outra loja da marca, em Brasília, já havia sido fechada.

Em seu comunicado, a Daslu disse que “em breve, a marca apresentará uma nova loja” na cidade de São Paulo. E informou:

“As demais lojas seguem a todo vapor, concentrando, normalmente, as novidades da marca para o Alto Verão 2017 e sendo palco de todos os lançamentos da grife, tão querida pelas brasileiras”.

Tradicional ponto de varejo de luxo na capital paulista, em 2005 a Daslu foi alvo de uma mega ação da Polícia e da Receita Federal que resultou na prisão da empresária Eliane Tranchesi, então proprietária da marca, sob acusação de contrabando (contrafação), sonegação fiscal e formação de quadrilha.

Em crise, a loja e a marca Daslu foram arrematadas em 2011 pela Laep Investimentos, empresa do polêmico empresário Marcus Elias, que coleciona ações na Justiça por prejuízos causados a investidores. É a Laep de Elias que está por trás de mais essa turbulência enfrentada pela Daslu.