CARACAS ? A decisão do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, de invocar a Carta Democrática e convocar uma reunião para analisar a situação política da Venezuela foi recebida com otimismo pela oposição venezuelana. Em uma entrevista coletiva, o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, afirmou que o mundo está atento à ?grave crise humanitária enfrentada pelo país?. Venezuela_3105
? A OEA não pode virar o rosto para a situação em que vivemos, que além da escassez de alimentos e medicamentos, é de violação dos direitos humanos ? afirmou o líder do Parlamento, controlado por oposicionistas.
Allup, no entanto, pediu cautela e reiterou que a Assembleia Nacional irá analisar uma solicitação para se ter o direito de palavra na OEA.
? O secretário-geral da OEA apresentará o caso e vamos ver como ele se desenvolve ? disse o parlamentar, para depois elencar problemas enfrentados no país. ? A situação não pode mais ser escondida nem com gestões de caráter burocrático nem com gestões de caráter diplomático. Não existe verdadeira liberdade de expressão, a dissidência é perseguida, e o governo se recusa a receber ajuda internacional em alimentos e medicamentos porque seria admitir uma crise.
Outros dirigentes políticos da Mesa de Unidade Democrática (MUD) ? coalizão opositora ? também se pronunciaram. Para o deputado Freddy Guevara, presidente da Comissão Permanente da Controladoria da Assembleia Nacional, a medida é uma forma de pressionar o presidente Nicolás Maduro no âmbito internacional.
?Aumenta a pressão para conseguir uma mudança em paz. A Venezuela e a Unidade (MUD) agradecemos Luis Almagro por iniciar a ativação da Carta Democrática?, escreveu no Twitter. oposição
Também no Twitter, Luis Florido, que presidiu a Comissão de Política Exterior da AN, disse que vê com bons olhos a decisão de Almagro:
?Da Venezuela saudamos que hoje Luis Almagro ativou a Carta Democrática e convocou o Conselho Permanente?, afirmou.
O processo pode levar à suspensão da Venezuela da OEA. O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, também expressou apoio à decisão do secretário-geral da organização.