RIO – Uma combinação improvável: ioga, balé, circo, capoeira e acrobacia. A primeira sensação que vem à cabeça (e reflete na espinha) é de frio na barriga. É por essa experiência que passam os adeptos da Oficina de Invertidas, aula que mistura todas as modalidades citadas. A ordem é ficar de cabeça para baixo. Com as mãos, sem as mãos, com a cabeça, sem a cabeça, com as pernas, sem as pernas… no chão ou no tatame. A invenção é obra de Ju Dominguez, de 33, e Alfredo Bermudez, de 34, o Psico. Ela é professora de ioga e bailarina. Ele, instrutor de capoeira e craque em acrobacias de solo de circo ? no caso, saltos.
? A gente repara que as pessoas têm um fascínio por ficar de cabeça para baixo. Não sei de onde vem, se é por diversão ou necessidade de fazer algo que desafie ? observa Ju.
A próxima oficina é no dia 23 de julho, no Blyss, em Ipanema. No começo da aula,com duração de 3h, Ju e Psico preparam a turma psicologicamente.
? Sento e converso com todo mundo. É uma atividade que mexe com o medo das pessoas. A postura em si não é tão importante quando o processo de aprender a fazer aquilo ? ela diz.
Depois, a dupla propõe exercícios de locomoção para soltar o corpo. É chegada então a hora de ficar de ponta-cabeça. A primeira posição invertida se chama ?elefantinho?: mãos e cabeça no chão, cotovelos alinhados na largura dos ombros e pernas apoiadas sobre os braços. Na seguinte, é hora de subir as pernas, ainda dobradas. Eles ensinam também a cair no chão, dando cambalhotas. Finalmente, elevam as pernas e plantam uma bananeira.
? Se eu falar que é fácil, é maldade. Mas não existe um pré-requisito para participar, a gente trabalha dentro das possibilidades de cada um ? afirma.
Cobaia das aulas, a psicóloga Nathalia Adler, de 41, notou uma evolução.
? Aprendemos a olhar com simplicidade. O máximo que vai acontecer é levar um tombo ? diz Nathalia, reproduzindo o discurso da professora.