Cotidiano

Obra está prestes a parar mais uma vez

Dnit diz que aguarda liberação de verbas para dar sequência aos trabalhos entre Toledo e Marechal

Toledo – A duplicação da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon que deveria estar na reta final com conclusão prevista inicialmente para outubro de 2017, está longe, bem longe de ser liberada para tráfego. Dos 38,9 quilômetros de pista dupla que começaram a ser construídos em outubro do ano retrasado, a reportagem apurou que menos de seis estão com pavimentação asfáltica, mesmo assim, com muitos ajustes e arremates a serem feitos.

A frente de trabalho que já contou com mais de cem profissionais, hoje estaria com cerca de 30 e apenas serviços básicos como roçadas e terraplanagem estão sendo mantidos. Ontem, por exemplo, não havia ninguém no trecho.

O O Paraná apurou ainda que dos R$ 306,5 milhões previstos para a obra, pouco mais de 13% foram liberados à construtora e neste ano, os repasses do governo federal estão escassos, quase nulos. Com isso, corre-se o risco de os trabalhos pararem mais uma vez.

A primeira interrupção foi no primeiro semestre deste ano quando os trabalhadores ficaram de braços cruzados por pelo menos 60 dias pela falta de verbas.

A reportagem apurou ainda que a Construtora Castilho, responsável pelos serviços, já teria formalizado ao Dnit (Departamento Nacional de infraestrutura de Transporte) pedido de aditivo de prazo, já que será humanamente impossível terminar a duplicação em menos de três meses.

Já a Superintendência Estadual do Dnit no Paraná se limitou a dizer que a obra de duplicação entre Toledo a Marechal Cândido Rondon tem o término previsto agora para o fim do ano que vem, mas não especificou se houve aditamento de prazo. A superintendência disse ainda que 20% da obra estão concluídos e que ela foi licitada via RDC (Regime Diferenciado de Contratações), o que impede aditivos de valores. “No presente momento, estamos aguardando recursos ainda em tramitação no Congresso para continuidade das obras”, resumiu o departamento.

Vale lembrar que por pelo menos quatro vezes o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes teria afirmado que os trabalhos ali não iriam parar.

Frente estaria negociando R$ 49 milhões

A esperança de representantes de entidades de classes da região que lutam pela duplicação há anos está na promessa da liberação de R$ 49 milhões que estaria sendo negociada via Congresso Nacional.

Para o presidente da Acimacar (Associação Comercial e Industrial de Marechal Cândido Rondon), Gerson Froehner, este recurso teria sido assegurado há poucos dias pelo governo federal.

Segundo ele, deputados da região teriam se reunido com o governo e a verba teria sido assegurada via Ministério dos Transportes. Extraoficialmente fala-se que o montante a ser destinado a parte da duplicação da BR-163 teria sido remanejada de outra obra programada para a região Sudoeste do Paraná. “Estamos na torcida para que isso dê certo, mas já sabemos que a obra vai levar mais tempo do que o previsto. Há umas duas semanas a Caciopar fez uma reunião para debater este assunto e lá nos foi informado que estes recursos haviam sido assegurados para a duplicação”, afirmou.

A reportagem procurou o deputado federal Evandro Roman que seria um dos articuladores para liberação de parte da verba. Por meio de sua assessoria ele informou não ter novidades sobre o caso.

Na construtora ninguém quis se manifestar.