Cotidiano

O doutor das panelas

Logo na entrada, uma placa indicando que ali funciona um hospital. Lá dentro, trabalha Valdir Pedroso, o doutor das panelas. Há 11 anos, dar ‘vida’ a utensílios domésticos é o que garante a renda do trabalhador, que começou suas atividades em Toledo como vendedor de panelas, e hoje, no Bairro Guarujá, em Cascavel, dá novo formato ao produto.

O título de doutor não é à toa. Pedroso garante que 95% dos produtos que são coletados com defeito voltam a funcionar normalmente. “Quando uma pessoa vai a um hospital é porque está com algum problema e que precisa ser solucionado. Aqui é a mesma coisa, só que com panelas. É muito difícil não conseguir consertar. Preciso sempre achar uma solução”, explica.

16,5 mil panelas

Em pouco mais de uma década de profissão, Pedroso consertou aproximadamente 16,5 mil panelas, uma média de 1,5 mil por ano. O trabalho é árduo e de muita dedicação, pois bate de porta em porta em busca de material. “No começo era mais fácil, pois conseguia arrecadar mais panelas, porém, nos últimos quatro anos têm sido difícil conseguir material. Hoje, pego por mês cerca de 100 panelas para consertar”, diz. A coleta, que começou em Cascavel, passa também por Santa Tereza do Oeste e Toledo.

“Faço todo tipo de conserto, adapto cabos, transformo panelas de pressão em frigideiras, pipoqueiras, escorredor de macarrão, e também modifico as válvulas da pressão quando apresentam problemas”, relata Pedroso. Com a sucata que sobra dos consertos, ele usa a criatividade e produz bules e coadores de café, que são vendidos a parte, principalmente para restaurantes.

Preços

Os valores por peça são variados e tudo depende do tamanho da panela e espessura do alumínio. “Se é uma panela de tamanho médio, por exemplo, é R$ 20 o corte se estiver limpa. Se não, é R$ 35 lixada”, comenta.