RIO- Um estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), revelou que, entre 1996 e 2014, o número de doutores no Brasil aumentou 486%. No caso da titulação de mestre, o crescimento foi de 379%. Mas, apesar do cenário de evolução, a pesquisa aponta que o país ainda está entre as três piores médias da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). mestre
O relatório revela ainda que o número de programas de mestrado e doutorado cresceu 205% e 210%, respectivamente, no mesmo período. A análise foi apresentada, nesta terça-feira, na 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Bahia.
– O crescimento dessa mão de obra qualificada tem sido contínuo e consistente ao longo de quase duas décadas, o que reflete uma política de Estado bem sucedida. No entanto, ainda temos um caminho longo para trilhar. O estudo demonstra que há uma grande distância em relação aos países desenvolvidos- afirma a coordenadora do estudo, Sofia Daher.
Segundo a pesquisa, em 2013 o Brasil ainda registrava média de 7,6 doutores para cada 100 mil habitantes. Nesse quesito, apenas México e Chile, entre os 39 países membros ou parceiros OCDE, possuíam resultado menor com 4,2 e 3,4, respectivamente.
Um dado positivo, no entanto, demonstra que atualmente os títulos estão mais espalhados pelo país. Em 1996, os títulos de mestre e doutor estavam concentrados na região sudeste, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, com 58,8% dos mestres do país e 83,4% dos doutores. No último dado disponível, de 2014, esse índice havia caído para 36,6% dos mestres e 49,5% dos doutores.