CARACAS Três ex-ministros do falecido líder venezuelano Hugo Chávez e um general reformado expressaram apoio ao referendo revogatório contra Nicolás Maduro. O argumento dos aliados do antecessor de Nicolás Maduro é que esta é a maneira de evitar uma saída violenta para a crise venezuelana. Na Venezuela, a oposição trabalha em uma intensa campanha em favor da realização de uma consulta popular que poderia encurtar o mandato de Maduro.
O general reformado Cliver Alcalá e os ministros pediram para que o governo não bloqueie o referendo revogatório. No entanto, eles negam qualquer participação na campanha contra o presidente.
É urgente, para evitar resultados graves, que o Estado garanta (a realização do referendo), indica o comunicado enviado ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A carta é assinada pelos ex-ministros Héctor Navarro (Educação), Gustavo Márquez (Comércio) e Ana Elisa Osorio (Meio Ambiente), além de Alcalá. Eles são líderes da esquerda e acadêmicos críticos a Maduro.
Alcalá era muito próximo de Chávez e esteve ao seu lado na fracassada tentativa de golpe de 1992 contra o governo de Carlos Andrés Pérez (1989-1993).
Nós nos auto-qualificamos como defensores da Constituição disse Alcalá em uma coletiva de imprensa, em que acusou publicamente Maduro de ter abandonado o legado de Chávez (1999-2013).
Por sua vez, Márquez negou que os chavistas que defendem o direito do referendo sejam traidores:
Onde está a traição, do lado de quem defende a Constituição ou de quem quer violá-la? questionou.
O CNE, que a oposição acusa de servir ao governo, deve anunciar em 26 de julho se a oposição conseguiu validar as 200 mil assinaturas necessárias para ativar a consulta popular.