Cotidiano

Na contramão, Câmara arquiva denúncia contra o prefeito Reni Pereira

Se pudesse, a parcela da população que anseia pela moralização da política em Foz do Iguaçu certamente gostaria de riscar 2016 do calendário

Foz do Iguaçu – Se pudesse, a parcela da população que anseia pela moralização da política em Foz do Iguaçu certamente gostaria de riscar 2016 do calendário. Afinal, o ano que se aproxima do fim foi marcado por uma sucessão de escândalos que levaram a cidade a ser objeto de incontáveis reportagens desagradáveis na mídia nacional e até internacional.

Depois da prisão do prefeito, diversos secretários municipais e alguns servidores causada pela descoberta de um desvio de quase R$ 5 milhões em recursos públicos federais, da prisão de um vereador acusado de locupletar-se do dinheiro da Câmara e de uma eleição que teve como vitorioso um ex-prefeito com os direitos políticos suspensos pela Lei da Ficha Lima, eis que mais um fato grave reforça a tese de que a cidade das Cataratas anda na contramão da moralidade publica.

Num relatório sucinto, de apenas oito páginas e que será lido na sessão da próxima terça-feira da Câmara, a Comissão Processante instaurada no início de julho para analisar o pedido de cassação de Reni Pereira protocolado por Cleober Perissoli e Rosa dos Santos recomendou o arquivamento da denúncia “pelo decurso do lapso temporal”.

ALEGAÇOES

“Apesar da gravidade dos fatos narrados na denúncia apresentada, tendo em vista o decurso do prazo para a produção de provas e a ausência de produção de provas que comprovem a indubitável participação do denunciado nos fatos narrados na denúncia, não há como deferir os pedidos acostados na denúncia”, diz o relatório dos membros da Comissão, vereadores Zé Carlos, Hermógenes de Oliveira e Dilto Vitorassi.

O documento narra inicialmente dificuldades para notificação de Reni Pereira, que acabou intimado pelo Diário Oficial do Município. Outros fatos que atrapalharam os trabalhos, segundo o relatório, foram a prisão domiciliar do prefeito por determinação da Justiça e o pedido de prorrogação por 30 dias do prazo para apresentação da defesa do prefeito. Resultado: no que depender da Câmara, ficará tudo como está.