Cotidiano

Mulheres palestinas e israelenses se unem em protesto contra ocupação

RAMALLAH – Centenas de palestinas e israelenses que perderam algum parente no conflito que atinge a região há mais de meio século se reuniram nesta sexta-feira na Cisjordânia para protestar contra a ocupação israelense. Cerca de 200 mulheres caminharam em direção a duas bases militares israelenses no setor de Beit Jala, próximo a Belém, algumas com cartazes escritos “Parem a ocupação” e “Nossas lágrimas tem uma só cor”.

O protesto foi organizado pela associação The Parents Circle Families Forum, que diz agrupar mais de 600 famílias que perderam membros no conflito palestino-israelense.

Robi Damelin, um israelense cujo filho foi morto próximo a Ramala, na Cisjordânia, acendeu uma vela em memória das inúmeras vítimas do conflito.

“Meu filho era um oficial da reserva no Exército israelense e, antes de ser convocado, estava no comando da Universidade de Tel Aviv”, confidenciou. Um atirador de elite palestino o matou em 2002 na Cisjordânia.

Algumas mulheres da manifestação sofreram insultos por parte de colonos israelenses que passavam pelo local de carro.

Suha Abu Khdeir, cujo filho de 16 anos foi sequestrado e queimado vivo por colonos israelenses em julho de 2014, falou a outras mulheres: “Não posso dormir à noite. Todos os dias, o que aconteceu com meu filho me consome”.

As mulheres reunidas nesta sexta demoliram um pequeno muro levantado para a ocasião, como um símbolo da barreira de separação que Israel construiu na Cisjordânia.