Cotidiano

Mulher acusa ex-marido de sequestro internacional do filho de 13 anos

62128_10200219039254291_51359137_n.jpgSÃO PAULO – Uma professora de Santa Rosa do Viterbo, no interior paulista, acusa o ex-marido de sequestro internacional do filho de 13 anos. O menino viajou em junho aos Estados Unidos para visitar o pai e não retornou ao Brasil na data combinada.

Segundo Cheyenne Morena Menegassi, de 36 anos, o ex-companheiro Samuel Gaskin conseguiu a guarda temporária emergencial da criança na Justiça americana. O caso foi denunciado no Ministério Público Federal e na ACAF (Autoridade Central Brasileira), que cuida da questão de menores no exterior. Ela viajou a Summertown, no Tennesse e aguarda uma decisão judicial para tentar trazer o menino de volta ao Brasil.

Em um post no Facebook, Cheyenne relata que o menino não tem contato com o pai, mas, apesar disso, o encorajou a visitá-lo durante as férias escolares. Ele embarcou para os Estados Unidos em 27 de junho, devendo retornar um mês depois. Mas o garoto não entrou em contato com a família no Brasil depois de sua chegada na cidade, o que a deixou preocupada.

Depois de 20 dias tentando se comunicar sem sucesso com Gustavo e Samuel, Cheyenne descobriu por meio de parentes do ex-companheiro nos Estados Unidos que, há três anos, ele vive em isolamento com a mãe em uma fazenda, e se tornou uma pessoa agressiva.

Alguns dias depois, a professora recebeu uma mensagem do ex-marido dizendo que o menino não queria retornar ao Brasil. “Imediatamente liguei e pude ter o primeiro contato com meu filho após 21 dias. Sua aparência estava abatida, e ele estava com um machucado no lábio inferior. Nesta curta conversa, Guga não parava de olhar para o pai sentado ao seu lado, e eu pude escutar que ele demandava traduções de tudo o que eu estava dizendo (…) E, nesta mesma oportunidade, perguntei se ele estava com medo, e ele acenou afirmativamente com a cabeça”, relatou Cheyenne no Facebook.

Cheyenne recorreu à Justiça brasileira para legitimar a guarda do filho e denunciou o caso às autoridades. Ela está nos Estados Unidos desde 3 de agosto para tentar trazer o menino de volta, e desde então, só pode ter contato com ele uma única vez, durante uma audiência, segundo relatou. “Estou nos EUA há 27 dias esperando uma única autorização para poder visitar meu filho, ou falar com ele sem a presença intimidadora do pai”, contou ela na rede social.

Em nota, a Secretaria Especial de Direitos Humanos disse que notificou a Autoridade Central americana. Esta, por sua vez, informou ter enviado ao tribunal do Tennessee um ofício com base no artigo 16 da Convenção de Haia, do qual Brasil e Estados Unidos são signatários, solicitando a interrupção do processo de guarda iniciado pelo pai.

Segundo a Secretaria, não se trata de uma discussão para definir quem deverá ficar com a criança e, sim, se essa foi ou não subtraída. “O local para se discutir guarda é sempre o da residência habitual da criança”, finaliza o comunicado.

Samuel Gaskin não foi localizado pelo GLOBO para comentar o assunto.