Cotidiano

Muçulmanos da Dinamarca se oferecem para enterrar assassino de padre francês

PARIS — Um grupo muçulmano dinamarquês disse, nesta quarta-feira, estar preparado para enterrar Adel Kermiche, um dos dois assassinos do padre francês Jacques Hamel, morto em 26 de julho passado, se os muçulmanos da França se recusarem por medo de expor o Islã.

A proposta foi feita pelo presidente do Fundo Islâmico Dinamarquês para Funerais, Kassem Said Ahmed, que já organizou o enterro do extremista dinamarquês de origem palestina Omar El-Hussein, autor de dois atentados em Copenhague em fevereiro de 2015.

Embora condenando o assassinato do padre Hamel — degolado na igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray — por ser um ato “contrário ao Islã”, Ahmed disse ao jornal “Jyllands-Posten” que é “inadmissível”, por parte dos muçulmanos, recusar-se a realizar os rituais fúnebres.

— É um direito do homem ser enterrado, não importa o que tenha feito — explicou. — Se recebermos um pedido da família para enterrá-lo, vamos fazer isso. Se quiserem transportar o corpo para cá, ele poderá ser enterrado na Dinamarca no cemitério muçulmano de Brondby.

Ahmed lembrou do apoio à família, quando organizou o enterro de Omar El-Hussein, que matou um diretor dinamarquês e um judeu que fazia a segurança da entrada de uma sinagoga de Copenhague. Cerca de 500 pessoas foram à cerimônia.

Adel Kermiche foi rejeitado pela comunidade muçulmana de Saint-Étienne-du-Rouvray, que se uniu às homenagens ao padre Hamel.