SÃO PAULO – Além da prisão cumprida nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal pediu pela segunda vez a apreensão de oito veículos do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB). Os bens somam mais de R$ 1 milhão. Alguns deles são modelos luxuosos da marca Porsche avaliados em mais de R$ 300 mil cada. Entretanto, o juiz Sérgio Moro apenas determinou que os carros fiquem bloqueados, ou seja, não podem ser vendidos.
?Quanto aos veículos, resolvo deferir por ora somente o bloqueio de sua transferência junto ao DETRAN/RJ, o que deve ser suficiente para, por ora, evitar a sua dissipação. Oportunamente, decidirei sobre a necessidade de busca e apreensão?, decidiu Moro, em despacho no último dia 17.
Os procuradores justificavam o pedido de apreensão dos veículos alegando que poderiam ser “produtos de crime”. “Vale frisar que, embora Eduardo Cunha já tenha sido objeto de busca e apreensão por ordem do Supremo Tribunal Federal, a repetição da diligência é pertinente, tendo em conta que o elemento ?surpresa? da segunda busca e apreensão pode torná-la mais efetiva”, diz o documento, que segue: “Além disso, no presente momento, a medida visa arrecadar dinheiro em espécie e possíveis objetos adquiridos com produto do crime, como automóveis, joias, artigos de luxo”.
Em junho deste ano, o então deputado teve bens bloqueados dentro de ação de improbidade apresentada pela Operação Lava-Jato. Cunha reagiu ao bloqueio de ativos financeiros, ações e participações societárias e entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de suspensão do bloqueio de seus, mas não teve sua petição negada.
Os veículos que os procuradores pedem agora que sejam aprendidos estão em nome de empresas de Cunha e de uma das filhas dele.