SÃO PAULO ? O operador das contas da Odebrecht no exterior, Fernando Migliaccio, vai aguardar o julgamento em casa. O juiz Sérgio Moro aceitou parcialmente o pedido da defesa que queria a saída dele da prisão, alegando motivos de saúde. Moro transformou a prisão preventiva em domiciliar com tornozeleira eletrônica. Na justificativa, o juiz lembrou que ?a possibilidade? da Odebrecht fazer um acordo de colaboração influenciou na sua decisão.
?O risco de se cometer aqui algum erro de avaliação acerca da da situação atual de saúde dele, bem como a possibilidade de que a Odebrecht esteja em alguma espécie de conversação a respeito de um acordo de leniência ou de colaboração com o MPF, é recomendável que se adote a postura mais prudente, a fim de evitar que o recolhimento provisório ao cárcere?, afirmou o juiz.
A prisão de Migliaccio foi decretada em fevereiro na 23ª fase da Lava Jato. Ele foi preso em flagrante na Suíça tentando encerrar contas bancárias. Segundo investigadores, ele estaria tentando retirar pertences de um cofre de uma instituição financeira.
A força tarefa da Lava-Jato afirma que ele gerencia contas usadas pela Odebrecht no exterior para pagar propinas para autoridades do Brasil e de outros países. Ele controlaria contas escondidas no exterior, em nome de empresas offshores, tais como Klienfeld e Constructora del Sur. Os investigadores encontraram um email dele ligado a Odebrecht com uma mensagem contendo pagamento aparentemente destinado para autoridade argentina da Secretaria de Transportes.