Cotidiano

Moradores fazem atos para marcar um ano da tragédia em Mariana

mariana.jpgRIO – Cerca de 400 pessoas participaram de uma manifestação no distrito de Bento Rodrigues para relembrar um ano do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana. Eles caminharam pelo vilarejo e participaram de um culto ecumênico, no qual 19 pessoas se sujaram de lama e carregaram 19 cruzes, numa referência ao número de mortos no maior desastre ambiental do país. O grupo que participou do ato faz parte do Movimento dos Atingidos por Barragens, que saiu de Regência (ES) na última segunda-feira e percorreu 700 quilômetros até chegar à cidade mineira.

Na manifestação, muitos carregavam bandeiras, cartazes e placas, com dizeres como ?Bento resiste e luta?. Os moradores caminharam pelas ruas, ainda tomadas pelos resíduos, e foram também à porta da Samarco. Também houve um plantio de árvores para homenagear as vítimas. No último dia 3, um protesto já havia sido feito pelos atingidos na tragédia.

Bento Rodrigues foi o distrito mais atingido pelo rompimento da barragem de Fundão. O local vai ser inundado para a construção de um dique, que deve conter os rejeitos que ainda estão espalhados na área da barragem que se rompeu. A Samarco se comprometeu a construir um vilarejo em outro lugar escolhido pelos moradores dos locais atingidos.

Houve uma outra manifestação no centro de Mariana pedindo a volta das operações da Samarco. Mariana é uma cidade em que a mineração tem peso na economia e, com o desastre, o desemprego aumentou na região. Desde a tragédia, a empresa não consegue as licenças necessárias para voltar a operar.

Como chove em Mariana neste sábado, a Defesa Civil está monitorando as barragens da empresa. Com o desastre de 5 de novembro de 2015, os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades do Leste de Minas Gerais e do Espírito Santo.