RIO – A economia global deve acelerar seu crescimento nos próximos dois anos, puxada pela melhora no desempenho dos EUA e de países emergentes, afirmou a agência de classificação de risco Moody?s nesta segunda-feira. A expectativa é que a taxa de expansão mundial suba para 3% no ano que vem e também em 2018, contra estimativa de 2,6% para este ano. Embora o Brasil deva sair da recessão em 2017, a Moody?s prevê que ele estará entre as economias de menor fôlego, ao lado de Itália e Japão. A Índia, por sua vez, deve registrar o maior crescimento.
?O crescimento global será tímido nos próximos dois anos se comparado às médias históricas e os riscos permanecem?, afirmou o estudo da Moody’s Investors Service. ?Entretanto, o crescimento se dará sobre níveis muito baixos em 2016, com a perspectiva de leve melhora nos EUA e entre economias emergentes.
Segundo pesquisa do Banco Central divulgada hoje, a expectativa dos economistas é que o Brasil cresça 1,13% no ano que vem. Já os EUA, segundo a Moody?s, deve crescer 2,2% em 2017, contra o 1,6% esperado para este ano, alavancados pelo consumo interno e a despeito do baixo investimento corporativo. De acordo com Madhavi Bokil, analista da Moody’s, esse desempenho dependerá agora das políticas de Donald Trump.
A agência afirmou que, nos mercados emergentes, o crescimento será impulsionado por melhoras tanto no ambiente político quanto no econômico em países como Brasil e Argentina, assim como por causa de reformas na Índia e na Indonésia. A economia chinesa, suportada por medidas de política fiscal e monetária, continuará crescendo em ritmo sólido, observou a Moody?s. A agência espera que o crescimento médio do mercado emergente do G20 seja de 5% em 2017 e 2018, acima dos cerca de 4,4% de 2016.
?Após cinco anos de desaceleração constante, as economias emergentes estão preparadas para um crescimento mais rápido em 2017,? afirmou no documento Elena Duggar, uma das diretoras da Moody?s. ?Embora o crescimento esteja melhorando, ele será consideravelmente menor que o registrado durante a década que levou à crise financeira?.
A Agência admitiu, porém, que o crescimento será desigual. Na América Latina, afirmou, os países enfrentarão dificuldade diante de um cenário externo adverso. No Brasil, o cenário político é um complicador a mais:
?No Brasil (…) a política pode continuar a complicar a política econômica. Os governos da região enfrentam a difícil tarefa de gerenciar as expectativas sociais enquanto esses países se ajustam a condições externas menos favoráveis.?