São Paulo – O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira, descartou o aumento de mais impostos neste momento. Em entrevista à CBN, ele revelou que uma avaliação do reajuste tomado na semana passada deve ser feita daqui a dois meses. "No momento, as nossas posições e as ações adotadas são essas. No futuro, nós teremos que avaliar a realização das receitas, a evolução da arrecadação, inclusive, dessas ações que nós tomamos pra fazer a conjectura sobre outras alterações. Então, eu diria que, ‘pro’ momento, não há essa proposta [de novo aumento]".
Oliveira também explicou que a maior despesa do governo é a Previdência Social, que deve ultrapassar 57% dos gastos federais neste ano. E aproveitou para cobrar a aprovação da reforma. "Essa é uma despesa que não tem controle administrativo. Ela vai crescendo conforme a inflação, conforme a inclusão de novas pessoas no sistema. Então, se nós não contivermos essa despesa, que é a principal de todas, é muito difícil controlar as despesas do governo".
O ministro ainda defendeu a liberação de verbas para emendas parlamentares. Segundo ele, trata-se de mais uma contribuição obrigatória destinada às necessidades dos municípios, como saneamento, calçamento de ruas, construção de pontes e abertura de postos de saúde.
Zelotes
A Justiça Federal de Brasília aceitou ontem denúncia do Ministério Público e tornou réus dez investigados pela Operação Zelotes, que apura, entre outros casos, perdão de dívidas tributárias no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) mediante pagamento de propina.
Entre os novos réus da Zelotes estão o ex-diretor jurídico do Bank Boston Walcris Rosito, servidores públicos, advogados, lobistas e ex-conselheiros do Carf.
A denúncia abrange um período de nove anos (de 2006 a 2015), durante o qual funcionou o esquema, cujos protagonistas, conforme o Ministério Público, eram o auditor da Receita Federal em São Paulo Eduardo Cerqueira Leite e o então conselheiro do Carf em Brasília José Ricardo da Silva.
De acordo com os investigadores, o grupo de consultores, advogados e lobistas teria recebido mais de R$ 25,8 milhões em vantagens indevidas para ajudar o Bank of Boston.
As acusações contra os 11 réus envolvem crimes de corrupção, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, apropriação de dinheiro de instituição financeira e organização criminosa.