Santa Tereza do Oeste – Após muitas indicações de que a duplicação da BR-163 entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques – em um trecho de 73,4 quilômetros e que vai custar R$ 549 milhões aos cofres públicos – seria interrompida por falta de verbas, ontem, em Cascavel, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, entregou oficialmente para tráfego 20,2 quilômetros do trecho e garantiu: “A obra não vai parar”.
Durante a solenidade realizada sobre o viaduto no Distrito de Santa Maria, em Santa Tereza do Oeste, com autoridades políticas e líderes empresariais de todo o oeste, o ministro reforçou “que a obra não vai parar e que vai caminhar no ritmo adequado e necessário para sua conclusão”.
“Por esse motivo, estamos liberando ainda neste ano R$ 70 milhões para esse trecho e R$ 49 milhões para a retomada das obras de duplicação da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon”, anunciou.
No trecho específico entre Marechal e Toledo as máquinas saíram da pista há cerca de dois meses. Neste mês ela deveria estar concluída após dois anos de trabalho, mas, dos quase 40 quilômetros, apenas seis estão quase prontos.
A liberação de recursos só foi possível porque frentes regionais foram a Brasília interceder diversas vezes. Em um caso o que se pedia era a não paralisação dos trabalhos e no outro, a retomada dos serviços.
Ao usar a palavra ontem, o deputado federal Fernando Giacobo (PR) insinuou que as verbas só virão para a região “porque estão sendo remanejadas de outros cantos do País”.
Ministro garante mais R$ 100 milhões para 2018
Segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, os investimentos em infraestrutura no oeste do Paraná estão sendo mantidos num esforço quase que sobrenatural diante da crise vivida pelo País que, para ele, pode ser considerada pior que a depressão econômica de 1929. “Mas estamos em um processo de recuperação com crescimento econômico, redução dos juros, da inflação, retomada dos empregos, estamos saindo da crise”.
O ministro considerou ainda que a alça de acesso à rodovia, que antes passava pelo núcleo comercial do Distrito de Santa Maria, às margens do antigo leito da pista, será edificada e que o viaduto em Lindoeste será mantido perto de onde está o acesso hoje, evitando danos econômicos ao comércio de ambas as cidades. “E, para dar sequência aos trabalhos entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques, garantimos outros R$ 100 milhões em 2018. Até o momento já liberamos cerca de R$ 250 milhões para esse percurso”, destacou.
O prefeito de Santa Tereza do Oeste, Élio Marciniak, o Kabello, confirmou que a alça de acesso ao Distrito de Santa Maria já está sendo edificada e comemorou a conquista da duplicação da rodovia: “Ela é muito importante para o desenvolvimento da região, do Sul do País e do Mercosul. É uma grande conquista”, reforçou.
Construtora: esforços na ponte do Rio Iguaçu
O sócio-proprietário da Construtora Sanches Tripoloni, Paulo Tripoloni, disse que em torno de 40% das obras estão concluídas em diferentes frentes de trabalho, com concentração prevista a partir de agora na ponte do Rio Iguaçu. “Estamos trabalhando arduamente na fundação e esse trabalho deve ser concluído até o fim do ano, mas as chuvas atrasam um pouco esse cronograma. Fechamos o mês passado com 400 trabalhadores, mas teremos baixas justamente por conta da chuva. Com a garantia do aporte de recursos, vamos fazer novas medições para dar sequência aos trabalhos que não pararam”, destacou.
Questionado se o montante de dinheiro para cobrir trabalhos executados já entrou na conta da construtora, o empreiteiro se restringiu a dizer que “sabia da dificuldade enfrentada pelo governo federal quanto à limitação orçamentária”.
“Não recebemos os recursos ainda, mas somos parceiros e o governo garantiu que colocaria os recursos. Fomos tocando os trabalhos e eles são fantásticos, colocaram os recursos que estão saindo agora”, ressaltou.
Se o cronograma não sofrer atrasos, a obra será liberada integralmente no fim do ano que vem.
Mudança no convênio prevê nova licitação do aeroporto
Cascavel – Outros assuntos tratados por Maurício Quintella em sua visita à região dizem respeito ao Aeroporto de Cascavel, com um convênio que deverá liberar cerca de R$ 17 milhões para a continuidade das obras do terminal de passageiros.
Segundo o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, é algo extremamente importante para ampliar as condições de trafegabilidade, dando mais segurança e comodidade aos passageiros. O convênio permitirá a retomada dos trabalhos no terminal, que já deveria estar concluído, mas que foi abandonado pela construtora há mais de um ano. “Temos alguns entraves com o convênio em vigência e não podemos esquecer que a obra foi abandonada. Temos um problema financeiro, precisamos de pelo menos mais R$ 15 milhões para os serviços. Com a mudança, a nova licitação poderá ser feita pelo próprio Município, que até então ficava impedido de licitar. Isso deverá ocorrer no início do próximo ano”, explica.
O governo federal segue com previsão orçamentária de 70% da obra e o Estado de 30%, enquanto o Município faz sua contrapartida com infraestrutura. “O convênio em vigência hoje impede que o Município aporte recursos, temos um limite de R$ 7 milhões e já foram mais de R$ 2,5 milhões, o restante que o Município poderia aportar não seria suficiente dentro dessa previsão, extrapolaria. Com a subprorrogação do contrato, abre-se a possibilidade de o Município entrar no aporte financeiro e a licitação poderá ser feita pelo Município. Precisamos desta obra”, reforçou Paranhos.