SÃO PAULO. Manifestações contra as reformas da Previdência e trabalhista levaram à paralisação da produção da fábrica da General Motor (GM) e provocaram atraso de duas na entrada dos trabalhadores da principal unidade da Embraer em São José dos Campos nesta quinta-feira. Os protestos fizeram parte do “Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos”, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), e que mobilizou a categoria em todo o país.
De acordo com a CNTM, cerca de 600 mil metalúrgicos participaram de mobilizações nesta quinta em todo o país contra as reformas.
?Esta é a primeira de muitas manifestações que serão realizadas, em unidade com as centrais sindicais, para chegar ao nosso objetivo, que é enfrentar e ganhar esta batalha pelos direitos. Vamos também pressionar o Congresso Nacional a derrubar as propostas que atentam contra os trabalhadores e privilegiam o capital e o setor patronal conservador?, afirmou em comunicado Miguel Torres, presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
O Sindicato informou que realizou manifestações em diferentes regiões da capital paulista e assembleias em Mogi das Cruzes e Guararema, que reuniram “em torno de 20 mil trabalhadores, e contaram com o apoio e a participação da Força Sindical, CSP Conlutas e CGTB”.
A paralisação na unidade da GM em São José dos Campos vai durar 24 horas. Nesta quinta de manhã, barreiras de pneus montadas durante a madrugada bloquearam as principais vias de acesso à fábrica da Embraer, e tanto os metalúrgicos das linhas de produção quanto o pessoal das áreas administrativas da empresa não conseguiram chegar ao trabalho no horário usual.
Em comunicado, a Embraer desmentiu que tenha havido manifestações de trabalhadores seus. “O que houve, como sempre ocorre nessas circunstâncias, foi um bloqueio feito pelo sindicato do acesso dos trabalhadores às unidades, interrompendo o tráfego nas vias públicas que levam às fábricas e impedindo a chegada de veículos”, disse a empresa, completando: “A despeito da distância de mais de quilômetros, muitos dos trabalhadores desceram dos ônibus e seguiram a pé para a fábrica”.
A empresa diz ainda respeitar “o direito à livre associação e manifestação por parte de seus colaboradores”. Contudo, continua a empresa “reprova veementemente e lamenta os fatos que vêm se repetindo ao longo das últimas campanhas salariais, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região reiteradamente cerceando o direito constitucional de ir e vir dos empregados”.
?O governo quer colocar nossos direitos nas mãos dos patrões. Para barrar essa afronta, temos de seguir na luta rumo à greve geral?, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, André Luis Gonçalves, em nota.
A General Motors confirmou que sua fábrica em São José dos Campos está parada e só deve voltar a operar nesta sexta-feira.