BUENOS AIRES – Apesar da suspensão de seu país no Mercosul (ou seja, a perda de voz e voto), pela não incorporação de normas internas centrais do bloco, a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, decidiu viajar a Buenos Aires esta semana para participar da reunião de chanceleres que será realizada na próxima quarta-feira no Palácio San Martin, sede da chancelaria argentina.
Fontes do governo argentino confirmaram que a Venezuela não poderá participar do encontro, no qual será transferida para a Argentina a presidência pro tempore do Mercosul, cargo que o governo Nicolás Maduro insiste em dizer que continua exercendo.
? A situação é clara: a Venezuela perdeu seus direitos dentro do Mercosul, entre eles o de participar em reuniões ministeriais ? explicou a fonte argentina.
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As reuniões técnicas começaram nesta segunda-feira, com a participação dos quatro países fundadores do bloco e, também, membros associados, entre os quais a Bolívia. Especulou-se com a ausência da delegação boliviana, em gesto de solidariedade com a Venezuela, mas o governo do presidente Evo Morales enviou técnicos e negociadores a Buenos Aires.
Por meio da rede social Twitter, a chanceler venezuelana afirmou que ?ficamos sabendo da reunião de chanceleres do Mercosul, convocada ilegalmente para o dia 14 de dezembro, em Buenos Aires?. Rodríguez escreveu, ainda, que ?a Venezuela, em defesa legítima de seus direitos e interesses, assim como da institucionalidade do Mercosul, participará desse encontro?.
Para evitar um escândalo ainda maior, o bloco decidiu não convocar uma cúpula presidencial. Estarão presentes apenas ministros das Relações Exteriores, algo inédito na História do Mercosul. A presidência do bloco sempre foi transferida em presença dos chefes de Estado.
O ministro José Serra chegaria à capital argentina na tarde da próxima terça-feira.
