SÃO PAULO – Mesmo sem estímulos à previdência complementar, a Brasilprev registra nesse ano um crescimento de mais de 30% e espera terminar o ano com R$ 200 bilhões em ativos totais. Para isso, conta com a arrecadação extra que tradicionalmente ocorre nos meses de dezembro, quando os contribuintes aproveitam o décimo terceiro para fazer contribuições adicionais e ter um maior abatimento no Imposto de Renda.
Na avaliação de Paulo Valle, presidente da empresa, a tendência é de crescimento para os próximos anos e o debate em relação à proposta de uma reforma da previdência pública estimula às pessoas a buscarem formas de renda alternativa para o futuro, mas que para isso é necessário uma maior conscientização.
? As discussões vão permitir que mais trabalhadores entrem na previdência privada. Mas é uma mudança de cultura. Precisamos massificar a previdência complementar no país e esse (conscientização) é o caminho mais rápido ? avaliou.
A Brasilprev é uma empresa que tem como principais acionistas a BB Seguridade e a americana Principal. Ao final de outubro, a empresa contabilizava R$ 188,3 bilhões em ativos, um crescimento de 32% em relação a igual mês de 2015. O montante equivale a uma participação de 30% do mercado de previdência complementar do país.
Segundo Valle, um dos desafios para o crescimento da previdência complementar no Brasil é fazer com que as empresas participem desse processo, oferecendo esses planos aos trabalhadores. Atualmente, há um estímulo fiscal (o aporte feita pelo empregador pode ser abatido do imposto a pagar) para a empresa que faz isso, mas é utilizado apenas por grandes empresas. Para que se estenda às pequenas e médias, é necessário uma alteração nas regras.
? Queremos buscar uma maior participação nos planos empresariais e é necessário levar isso para as pequenas e médias empresas. Estamos formulando uma proposta que vamos encaminhar ao governo por meio da associação do setor, a Fenaprevi ? disse.
No Brasil, os planos individuais respondem por 90% do número de participantes da previdência complementar. Nos Estados Unidos, por exemplo, a maior participação é de planos de empresas, o que faria com que os trabalhadores começassem a contribuir mais cedo.
Segundo levantamento da Brasilprev, a idade média para início das contribuições é 41 anos, o que é considerado elevado. Quanto mais tarde se começa a contribuir, maior será o aporte mensal – a média está em R$ 400.
? O que recomendamos é que a contribuição deve começar já no primeiro emprego ? explicou.