BERLIM ? A chanceler alemã, Angela Merkel, ameaçou nesta segunda-feira proibir permanentemente que dirigentes turcos participem em atos eleitorais na Alemanha, após as novas acusações de ?práticas nazista? feitas pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
links ErdoganO governo alemão ?se reserva o direito de reexaminar as autorizações? concedidas para a participação de dirigentes políticos turcos em comícios na Alemanha a favor do referendo, afirmou a chanceler durante uma entrevista coletiva em Hanover.
Erdogan começou os ataques quando o governo da Alemanha, assim como a Holanda, cancelou comícios a favor do ?sim? no referendo turco de 16 de abril. O presidente da Turquia visa a alterar o regime parlamentarista, unificando na figura do presidente os cargos de chefe de Estado e governo. Se ele vencer, Erdogan terá mais poder e força para continuar no posto até 2023.
? Neste momento recorre a práticas nazistas ? disse Erdogan dirigindo-se a Merkel em um discurso transmitido pela televisão. ? Contra quem? Meus irmãos cidadãos turcos na Alemanha e os ministros (que tentaram viajar à Alemanha há duas semanas para fazer campanha a favor do referendo constitucional que busca fortalecer o poder presidencial).
O presidente turco tem apoio de uma parcela da população. Na semana passada, um jornal turco publicou uma capa com Merkel vestida de nazista. Após a proibição, Erdogan chegou comparar Merkel e o primeiro ministro holandês, Mark Rutte, a Hitler.
O governo alemão condenou as declarações do presidente turco.
? Nossa posição continua inalterada. As comparações com o nazismo são inaceitáveis, independente de sua forma ? declarou à imprensa a porta-voz Ulrike Demer.
O ministro Peter Altmaier também criticou as declarações do presidente turco, assegurando que ?a Alemanha tem sua honra e ela será defendida?.
?Não permitimos que nenhum país, especialmente nossos sócios na Otan, ponham em dúvida nossos valores?, declarou Altmaier. Quatro mulheres no poder