Cotidiano

Meirelles: contas públicas não fecham sem reforma da Previdência

65646416_PA São Paulo SP 09-03-2017 O Ministro da Fazenda Henrique Meirelles fala sobre reforma.jpgBRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a instituição de um teto para o gasto público tirou o país da insolvência e está permitindo que a economia volte a crescer. O problema, destacou o ministro, é a evolução das despesas com a Previdência: na próxima década, os gastos com benefícios vão consumir mais de 70% de toda arrecadação do governo federal. Meirelles disse que a situação atual já é insustentável e que para não extrapolar o teto, seria necessário que um corte brusco nas demais despesas – de um patamar de 44% para 20% do total do orçamento.

– O teto do gasto é muito importante porque está fazendo com que o Brasil volte a crescer neste ano. A gente estava indo num caminho de insolvência, agora não. O problema é a evolução das despesas da Previdência – disse o ministro aos deputados da bancada do PSB.

Segundo o ministro, a reforma da Previdência vai reduzir a dívida pública, os juros, criando assim condições favoráveis ao crescimento. Ele mencionou que as mudanças não serão suficiente para zerar o déficit do regime de aposentadoria, mas vai estabilizar os gastos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Meirelles mencionou que o Brasil, apesar de ter uma população relativamente jovem gasta mais do que o Japão, por exemplo, onde há 45 pessoas com mais de 65 anos a cada grupo de 100. Além disso, destacou que a idade média de aposentadoria dos brasileiros, atualmente em 59 anos, é inferior à idade exigida em vários países. Ele voltou a defender pontos da reforma enviada ao Congresso, como mudanças nas regras na área rural e nos benefícios assistenciais (BCP-Loas), pagos a idosos e deficientes da baixa renda e que não contribuíram para o sistema.

Depois da apresentação de Meirelles, quando os parlamentares fariam perguntas ao ministro – o encontro foi fechado para a imprensa. Ele chegou atrasado mais de meia hora e, na entrada, defendeu a igualdade de regras para homens e mulheres, reiterando que eventuais alterações vão exigir contrapartidas. Entre elas, para assegurar uma aposentadoria especial para as mulheres, os homens terão que trabalhar por mais tempo.