SÃO PAULO – O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal devem ter melhora da rentabilidade e dos níveis de capital como resultado dos cortes de custos anunciados recentemente e maior foco em atender as exigências de capital, comentou em relatório nesta sexta-feira a agência de classificação de risco Fitch. Segundo a entidade, as medidas devem ser positivas para perfis de crédito dos bancos nos médio e longo prazos.
O BB anunciou em novembro um pacote de redução de custos envolvendo oferta de aposentadoria antecipada a quase 20% dos empregados e fechamento ou redução de cerca de 800 agências.
Nesta semana, a Caixa também lançou um plano de demissão incentivada para 10 mil funcionários, o que reduziria as despesas com pessoal em cerca de 1,5 bilhões por ano, além do fechamento de cerca de 120 agências.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital dos acionistas, tem sido bem menor no BB e na Caixa do que nos grandes bancos privados do país. No terceiro trimestre, o índice, conhecido no jargão do setor como ROE, do Bradesco foi de 17,6% e o do Itaú Unibanco, de 19,9%. Na Caixa, o índice foi de 6,5%, e no BB, de 9,6%.
Para a Fitch, o BB deve começar a ver os resultados de sua campanha de redução de custos mais rapidamente, enquanto a posição patrimonial da Caixa permanece mais fraca e é muito cedo para medir os resultados das novas medidas.
“Os riscos para a qualidade de ativos continuam a ser um problema persistente para ambos os bancos e a Fitch espera as provisões para perdas com inadimplência de ambos continuem a crescer em 2017”, diz trecho do relatório.