SÃO PAULO ? O ex-presidente da Odebrecht e herdeiro da empresa, Marcelo Odebrecht, deverá ser ouvido na próxima sexta-feira pelo juiz Márcio Schiefler Fontes, em depoimento para confirmação de sua colaboração com o Ministério Público Federal (MPF).
Antigo auxiliar do ex-ministro Teori Zavaski, que morreu em acidente aéreo na última semana, Fontes viajará a Curitiba para ouvir Odebrecht na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o executivo está preso desde junho de 2015.
No depoimento, Odebrecht deverá dizer se foi ou não coagido pelos procuradores do MPF a apresentar as informações que compõem anexos de sua colaboração premiada.
Se confirmar a espontaneidade de seu depoimento, as informações poderão vir a ser homologadas pela Justiça e, com isso, usadas em investigações criminais conduzidas em diversas partes do país.
A expectativa de procuradores da Lava-Jato em Curitiba e em Brasília é de que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia homologue os depoimentos ainda neste mês, antes do fim do recesso do Judiciário.
A torcida está relacionada a inquéritos e processos da Lava-Jato que atualmente tramitam sob sigilo, cujo avanço depende da homologação dos 77 depoimentos de executivos da Odebrecht que decidiram colaborar com as investigações.
Além de utilizar informações dos depoimentos nos processos, a Lava-Jato também deve abrir novas frentes de apuração.
Nesta segunda-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao STF um pedido de urgência para apressar a avaliação da delação premiada dos executivos. O assunto foi tratado durante a visita a Cármen Lúcia.