RIO ? Apesar de não acusar nominalmente o grupo Aviões do Forró e a A3 Entretenimento, Dora Lúcia Oliveira de Souza, delegada de polícia federal no Ceará responsável pela operação “For All”, também não nega que os músicos e empresários sejam o alvo da operação deflagrada na manhã desta terça-feira. Segundo ela, “um grupo muito forte que atua no ramo do entretenimento no estado do Ceará e no nossos país” está envolvido num grande esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
? O inquérito é sigiloso ? explica Dora em entrevista ao GLOBO. ? Essa investigação vem acontecendo há dois anos, em parceria com a Receita Federal, e teve início pelas incongruências encontradas ns no imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas do ramo do entretenimento.
Segundo a delegada, os valores informados dos cachês dos shows das bandas envolvidas no caso, bem como a quantidade de shows, eram bem menores que os praticados.
? Confirmamos isso através da agenda de shows das bandas, informações disponíveis ao público. Quanto aos cachês, de acordo com informações publicadas no Diário Oficial, obrigatórias quando essas bandas são contratadas por órgão públicos, constatou-se que nem 30% do valor recebido era declarado.
As investigações preliminares da Polícia Federal apontam um prejuízo aos cofres públicos de R$ 121 milhões entre os anos de 2012 e 2014:
? Isso só em shows. Exclui-se desse valor as vendas de CDs, cotas de patrocínio e ganhos com publicidade, entre outros. Contando com todas as bandas e empresas que fazem parte do grupo, foram sonegados R$ 500 milhões.
Procurada pelo GLOBO, a banda Aviões do Forró se pronunciou por meio de comunicado oficial: “A Banda Aviões do Forró informa que está à disposição da Polícia Federal e da Justiça e que colaborará com todos os questionamentos em relação à operação”. Na noite desta terça-feira