ANCARA ? As autoridades turcas suspenderam nesta terça-feira 12.801 policiais na ativa por suspeita de ligação com clérigo Fethullah Gülen e seu rede, apontados pelo governo como responsável pela frustrada tentativa de golpe em 15 de julho.
A decisão veio após o Ministério do Interior da Turquia iniciar uma investigação sobre a força policial, segundo a imprensa local, e um dia depois de o governo turco estender o estado de emergência por mais três meses.
De acordo com o governo turco, 2.523 agentes suspensos eram chefes de polícia. Cerca de 100 mil pessoas das forças armadas, serviço civil e judiciário foram demitidas ou suspensas como uma resposta ao golpe.
Na semana passada, o presidente Tayyip Erdogan disse que o país iria se beneficiar da ampliação do estado de emergência declarado depois do fracassado golpe há três meses, dizendo que era necessário mais tempo para caçar os responsável.
No entanto, a repressão tem levantado preocupações de grupos de direitos humanos e aliados ocidentais, que temem Erdogan esteja utilizando o fracassado golpe como um pretexto para reduzir todos os dissidentes e intensificar suas ações contra supostos simpatizantes militantes curdos.
A Turquia quer os Estados Unidos extraditem Gulen para processá-lo sob a acusação de que ele é o mentor da tentativa de derrubar o governo. Gulen, que viveu em exílio autoimposto na Pensilvânia desde 1999, nega qualquer envolvimento.