BRASÍLIA – Pouco mais da metade (53,2%) dos jovens de 13 a 18 anos conhecem, mesmo que só de ouvir falar, a proposta de reforma do ensino médio mandada pelo governo ao Congresso por meio de Medida Provisória (MP). Entre os que se dizem informados do assunto, 65,3% são favoráveis e 26,5% contrários à substituição de matérias tradicionais pelo ensino profissionalizante, um dos pontos principais das mudanças propostas pelo governo Temer. Os demais não responderam ou não sabem.
Os dados são da pesquisa ?Os jovens, a educação e o ensino técnico?, realizada pelo Senai. Foram ouvidos 2.002 participantes de todo o Brasil, de 13 a 18 anos, entre os dias 8 e 18 de outubro. Divulgado na manhã desta segunda-feira, o levantamento aponta que, embora haja uma maioria favorável à substituição de disciplinas tradicionais por conteúdos profissionalizantes a partir da metade do ensino médio, um em cada quatro se diz contrário.
Os jovens foram questionados também sobre a possibilidade de o aluno escolher parte das disciplinas que pretende cursar no ensino médio: 61,5% apoiam a ideia, 31,7% são contrários, e o restante não tem opinião a respeito. Já o aumento da carga horária diária de 4h para 7h, outra ideia prevista na MP, que fala em aumento gradual de escolas com ensino de tempo integral, apenas 36,1% dos entrevistados se disseram a favor, 57,2% desaprovam a medida e o restante não se posicionou.
No Sul, o índice de jovens que afirmam conhecer, mesmo que sem detalhes, a proposta de reforma do ensino médio foi mais elevado: 65,7%. O Nordeste registra a menor taxa, com 45,9% dizendo ter algum tipo de informação sobre o assunto. Mas, mesmo entre os que dizem saber do tema, apenas 9,3% se consideram “muito informados” sobre as mudanças, 38,9% são “informados”, 47,3% “pouco informados” e 4,4% “nada informados”.
A pesquisa avaliou ainda a percepção dos jovens sobre o ensino profissionalizante no Brasil. Mostrou, por exemplo, que 16,8% dos entrevistados já fizeram ou estão cursando ensino técnico e a satisfação com essa formação é grande: 73,5% atribuíram nota 7 ou mais, numa escala de 0 a 10, sobre a experiência vivenciada. Mas apenas 7,6% avaliam o ensino técnico oferecido no Brasil como ótimo e 42,3% como bom. Para 29,1%, é regular, 2,9% o consideram ruim, 1,1% apontam como péssimo e 17% não opinaram.
Os entrevistados foram selecionados de acordo com a distribuição na população brasileira: 51,3% eram do sexo feminino e 48,7% do sexo masculino; 38,5% moram no Sudeste, 30,6% no Nordeste, 17,3% nas regiões Norte e Centro-Oeste e 13,7% no Sul. A maioria se vê como classe média (78,6%), 13,2% se dizem de baixa renda e 6,6% de alta renda. A ampla maioria dos jovens (89,2%) estuda, principalmente em escolas públicas (85,8%). Os alunos de escolas particulares são 13,8%.