BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse nesta quinta-feira que não há tabus sobre temas a serem votados na Câmara, mas que se a anistia ao Caixa dois voltar a ser debatida, o autor de tal proposta teria que assumi-la, colocando seu nome, sobrenome e endereço fixo.
? Qualquer tema pode ser pautado, não tenho objeção a nenhum tema, contanto que ele seja feito com nome, sobrenome e endereço fixo. Essa é a questão que falta nesse debate. A gente não pode ter mito de nenhum debate. Agora, da forma que se tentou no ano passado, sem nome, sobrenome e endereço fixo é difícil porque a sociedade fica sem saber o que é ? disse.
Maia falou sobre o assunto, perguntado por jornalistas ao voltar de uma reunião sobre a reforma política no Palácio do Planalto. Ele voltou a defender a adoção da lista fechada e a criação de um fundo eleitoral público para financiar as campanhas.Além de Maia, reuniram com o presidente Michel Temer para tratar da reforma política o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Ao fim do encontro, os quatro divulgaram uma nota dizendo haver ” amplo consenso sobre a necessidade e a urgência de reforma do sistema político-eleitoral brasileiro”.
Os principais pontos que devem ser pautados nesse debate, segundo eles são a redução dos custos de campanha; o fortalecimento institucional dos partidos e maior transparência e simplificação das regras eleitorais. Na próxima quarta-feira Maia reunirá conselheiros do TSE para ouvir sugestões sobre financiamento de campanha.
? Você tem que pensar como é que vai financiar campanha. Se não tem mais pessoa jurídica e a gente não tem cultura para pessoa física, sobrou o financiamento público. Eu sempre tive a posição de que com o financiamento público quase que exclusivo, fora da lista fechada nós vamos construir um novo problema para a política brasileira. Porque como é que você vai controlar esses recursos? ? pontuou Maia ao voltar do Planalto.