Cotidiano

Lygia Fagundes Telles assina manifesto em favor da Cinemateca

cinematecadivulgação 003.jpgSÃO PAULO – Mais um manifesto contra as demissões promovidas no Ministério da Cultura e na Cinemateca Brasileira acaba de ser divulgado. Criado por apoiadores da instituição para recolher assinaturas, foi levado ao ar na internet na forma de um blog (https://manifestopelacinematecabrasileira.wordpress.com/2016/07/28/manifesto_2016). Entre os primeiros a assinar o documento, estão os professores Carlos Augusto Calil e Eduardo Morettin, os montadores Eduardo Escorel e Lauro Escorel, e a escritora Lygia Fagundes Telles, viúva do crítico e professor Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977), fundador da Cinemateca e do curso de cinema da Universidade de São Paulo.

O texto do manifesto começa com um desagravo à demissão da diretora da Cinemateca, Olga Futemma, e seu quadro técnico. Critica a nomeação do produtor Oswaldo Massaini Filho para substituí-la e aponta contradição na justificativa apresentada pelo governo federal de que a ação visa promover ?o desaparelhamento do MinC? e ?valorizar o servidor de carreira?:

“Olga Futemma é funcionária de carreira, tendo se dedicado à Cinemateca desde 1984, onde se aposentou em 2013. Retornou à Cinemateca como coordenadora há exatamente um ano. Não é filiada a partido político, nem milita politicamente. O seu sucessor, já anunciado, não é servidor público, nem atua no campo da cultura audiovisual. Pela primeira vez, a indicação de um coordenador-geral não partiu do Conselho Curador, violando prática adotada nos últimos 30 anos pelos sucessivos governos.”

A Cinemateca Brasileira, diz o manifesto, é um museu e seu lugar é junto ao Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Museu Imperial, Museu da República:

“O governo interino recentemente teve a sensatez de recuar na extinção do Ministério da Cultura. Podia agora demonstrar igual prudência ao revogar as demissões que impactaram seus órgãos. E no caso da Cinemateca Brasileira, em reconhecimento pelos seus 70 anos, e pelo centenário de seu fundador Paulo Emílio Sales Gomes, ambos celebrados neste ano, devolver-lhe a verdadeira identidade de um museu moderno, vinculando-o ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).”