RIO ? Foram muitos obstáculos (entre eles a falta de dinheiro para viajar e o atraso na emissão do passaporte). Mas, no fim da maratona, a estudante carioca Lorrayne Isidoro, de 15 anos volta para casa com a sensação de dever cumprido. Estudante do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Pedro II, do Engenho Novo, Lorrayne representou o Brasil na Olimpíada Internacional de Neurociências (2016 Brain Bee World Championship), realizada de 30 de junho a 4 de julho, em Copenhague, na Dinamarca. Ela ficou em 18º lugar entre 25 competidores internacionais. Quem acompanhou a adolescente garante: a participação no evento, que permitiu uma troca de experiência com pesquisadores e jovens estudantes, foi sua maior conquista. Numa das provas, a de Clínica Geral, que consistia no diagnóstico de doenças, conta a orientadora Camilla Marra, pelo ranking parcial a menina do Engenho Novo levou o 2º lugar.
? Ela só errou uma questão. As provas eram de altíssimo nível e as notas eram todas muito próximas. Independente da colocação, foi uma experiência incrível para ela e para nós, que estávamos acompanhando. Foi um imersão acadêmica e cultural que ela vai levar para o resto da vida ? conta Camila Marra, que desde 2014 vem preparando Lorrayne para participar de Olimpíadas de Neurociência.
Lorrayne Isidoro embarca na tarde desta quarta-feira de volta para o Brasil, com previsão de chegada ao Rio nesta quinta-feira. Ela traz na bagagem, além da experiência de ter participado de baterias de teste sobre Neurociências, muitas lembranças.
? A organização do evento faz questão de incentivar a interação entre os participantes. Em nenhum momento, eles instigam a competitividade, pelo contrário. Os estudantes participam de jantares de confraternização e cada um é incentivado a levar uma lembrança de seu país. Lorrayne levou um bibelô com a imagem do Pão de Açúcar e do Corcovado, além de uma caneta com o símbolo do Colégio Pedro II. Ela recebeu 25 lembrancinhas de várias partes do mundo ? contou Camila, que retornou ao Rio nesta quarta-feira.
Lorrayne conseguiu a vaga para representar o Brasil no evento internacional em maio, quando foi a primeira colocada na IV Olimpíada Brasileira de Neurociências (Brazilian Brain Bee), em São Paulo.
Para pagar as despesas de viagem, ela contou com a ajuda financeira do Colégio Pedro II, que custeou a passagem e a hospedagem da estudante e da orientadora. Uma vaquinha on-line, organizada equipe da Olimpíada Brasileira de Ciências criou uma vaquinha on-line, arrecadou o dinheiro usado para comprar o bilhete aéreo da mães de Lorrayne e pagar outras despesas.
Lorrayne soube do concurso há um ano, por meio de um cartaz divulgado no colégio. Nas férias, enquanto muitos curtiam o descanso e marcavam encontros pelo WhatsApp, ela fazia aulas num curso de verão em neurociências, oferecido pela UFRJ e pela UFF.