BRASÍLIA O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, determinou que as gravações de telefonemas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneçam na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro. A decisão foi tomada em ação apresentada pela defesa de Lula, que queria que o áudio não fosse usado nas investigações da Operação Lava-Jato em curso na Justiça Federal no Paraná.
O relator do caso é o ministro Teori Zavascki, que cuida dos processos da Lava-Jato no STF. Mas como o tribunal está de recesso, coube ao presidente Ricardo Lewandowski tomar uma decisão. Ele estipulou ainda que o caso seja encaminhado ao gabinete de Teori, para que tome uma decisão final quando o STF voltar a trabalhar normalmente, o que ocorre em agosto. Até lá, o conteúdo das gravações deve permanecer em sigilo.
Nas gravações, havia originalmente um telefonema entre Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff, em que ela diz que está enviando por um emissário o termo de posse do petista como ministro da Casa Civil. Isso foi interpretado pelos investigadores como uma tentativa de evitar a prisão de Lula, uma vez que, como ministro, ele não poderia ser investigado na primeira instância, mas apenas no STF.
Em 13 de junho, Teori devolveu as gravações e as investigações contra Lula para o juiz Sérgio Moro. Na mesma decisão, ele anulou a conversa de Lula com Dilma, porque ela foi interceptada após o próprio Moro determinar o fim das escutas. O restante do áudio, porém, não foi invalidado.