SÃO PAULO ? A força tarefa Lava-Jato apresentou uma nova denúncia contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e outras cinco pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Dirceu é acusado de receber R$ 2,1 milhões em propina de fornecedoras de tubos da Petrobras.
Os investigadores afirmam que os executivos da empresa Apolo Tubulars, Carlos Eduardo de Sá Baptista e Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares, procuraram o lobista Julio Camargo e o ex-diretor Renato Duque para entrar na lista de fornecedores da Petrobras. Eles combinaram um pagamento de R$ 7 milhões e, em contra-partida, Duque orientaria a Gerência de Materiais da Petrobras a contratar a empresa. O esquema rendeu um contrato da Apolo Tubulars com a estatal de R$ 450 milhões.
Os valores ilícitos foram transferidos a empresa Piemonte, de Júlio Camargo. Assim que recebeu a propina, Camargo recebeu uma ordem de Duque pedindo que a sua parcela na propina fosse repassada a José Dirceu. Assim, cerca de 30% dos valores recebidos por Júlio Camargo, o que equivale a R$ 2,1 milhões foram transferidos ao ex-ministro da Casa Civil.
Camargo, para dissimular os repasses de vantagens indevidas, pagou despesas de Dirceu como o aluguel de aeronaves. Julio Camargo também providenciou a transferência de valores para José Dirceu, mediante contrato falso celebrado entre as empresas Credencial. Os pagamentos totalizaram R$ 688,6 mil e ocorreram entre 12 de março e 30 de julho de 2012.
Os valores teriam sido repassados por Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo, donos da Credencial, a Dirceu em espécie. Os investigadores identificaram cerca de 300 contatos telefônicos entre o ex-ministro e a dupla.