WASHINGTON – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, pediu nesta quinta-feira uma solução rápida do litígio entre as autoridades americanas e o Deutsche Bank, ameaçado por uma pesada multa e cuja solidez preocupa os mercados. Qualquer que seja o montante final, um acordo seria preferível a um julgamento, indicou a autoridade
“Sou advogada e acho que um acordo ruim é sempre melhor do que um bom pleito”, disse Lagarde à Bloomberg TV. ?Um acordo traria alguma certeza em torno de qual peso o banco terá que carregar e se corresponde a suas provisões ou não. Então, quanto antes, melhor?.
O FMI classificou a instituição financeira alemã como banco mais perigoso para o sistema financeiro mundial.
?O Deutsche Bank, como muitos outros bancos, precisa olhar para seu modelo de negócio?, afirmou a diretora-gerente. ?É preciso olhar para a lucratividade no longo praz, dada a menor taxa de juros que temos no mundo e provavelmente por mais tempo do que muitos esperam, e decidir qual tamanho quer ter e como quer fortalecer seu balanço patrimonial?.
A diretora do FMI afirmou que “um acordo certamente seria bem-vindo porque aportaria alguma certeza sobre o fardo que o banco deverá carregar”.
O FMI expressou na quarta-feira sua preocupação sobre a situação dos bancos ocidentais e particularmente os europeus, que inquietam os mercados.
O Deutsche Bank está na mira do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para pagar uma multa de até US$ 14 bilhões para resolver ações legais por danos causados a investidores durante a crise de 2008. A instituição busca reduzir a penalidade para um valor mais próximo ao que outros bancos de Wall Street já acertaram. Até agora, a maior penalidade ? US$ 16,65 bilhões ? foi destinada ao Bank of America, em 2014. O Goldman Sachs concordou em pagar US$ 5 bilhões em agosto. Juntos, Citigroup, JP Morgan e Morgan Stanley pagaram mais de US$ 23 bilhões de multa.
Desde 2012, o banco já gastou US$ 13,4 bilhões com litígios, e afirmou que resguardou ? 5,5 bilhões para este caso em específico com os EUA. O banco está no meio de uma profunda reestruturação que inclui cortes de funcionários e venda de ativos não estratégicos.