LIMA Os eleitores que decidirão as eleições no Peru caberiam no estádio de Lima, com capacidade para 50 mil espectadores. Com 99,99% de apuração, o candidato Pedro Pablo Kuczynski (PPK) está com 50,11% dos votos contra 49,88% de Keiko Fujimori, uma diferença de 0,23% ou menos de 30 mil votos.
Nesse contexto de apuração dramática e de margem estreita entre os postulantes à Presidência, o voto no exterior foi determinante. Enquanto Kuczynski foi o mais votado por eleitores peruanos nos Estados Unidos, Keiko arrasou no Japão, onde seu pai e ex-presidente Alberto Fujimori se refugiou quando foi processado atualmente ele está preso no Peru.
Nos EUA, país com maior quantidade de peruanos eleitores residentes (277.847 registrados), Kuczynski obteve cerca de 54% de votos, frente a 45,9% da rival.
Na Espanha, o segundo lugar com mais peruanos no exterior (128.248 eleitores registrados), os votos também favoreceram Kuczynski (57,6%) contra 42,3% de Keiko, quando a apuração estava em 86%.
Mas a ex-congressista ganhou no Japão, por uma larga margem, e na Argentina e no Chile os dois países que se seguem a Espanha na presença de residentes peruanos.
No país asiático, com 35% das atas contabilizadas, 82% dos eleitores escolheram Keiko, e 17% o economista e ex-banqueiro. Na terra dos pais de Alberto Fujimori, estavam registrados para votar mais de 31 mil peruanos.
Apesar da demora na finalização da contagem dos votos, a tensão é muito menor do que se poderia esperar em um país tão dividido e com um passado recente de violência e de regime autoritário.
A maioria dos peruanos está lidando com tranquilidade neste momento decisivo. Poucas centenas de pessoas se manifestaram na terça à noite em frente ao órgão eleitoral, o Onpe. De um lado estavam os fujimoriistas, com suas bandeiras laranja e cartazes. Do outro, um pequeno grupo de simpatizantes de Kuczynski, que cantava o hino nacional e defendia a democracia.