RIO ? O juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, negou nesta segunda-feira o pedido de revogação de prisão do ex-subsecretário estadual de Comunicação Francisco de Assis Neto, o Kiko. Com isso, o publicitário continuará em Bangu 8, onde está desde fevereiro, quando foi preso na operação Eficiência.
Kiko, dono da empresa Corcovado, integrou o governo durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Ele é réu, acusado de integrar a suposta organização criminosa comandada por Cabral e de lavar R$ 7,7 milhões que teriam sido disponibilizados pelos doleiros Marcelo e Renato Chebar. Os próprios doleiros, que firmaram acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) revelaram o esquema.
O pedido de revogação da prisão havia sido apresentado na semana passada pela defesa de Kiko. Os advogados negam o envolvimento do publicitário e afirmam que ele tem residência fixa e réu primário. O MPF havia se pronunciado contra a suspensão da prisão. Antes desta manifestação, Kiko já tivera um pedido de habeas corpus negado no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
?O acre?scimo patrimonial e a participac?a?o societa?ria relativamente recente de Kiko em empresas de diversos ramos da atividade econo?mica, somado ao forte aporte financeiro recebido da Orcrim (organização criminosa), confirmam a ocultac?a?o e lavagem de dinheiro contempora?nea a investigac?a?o e a possibilidade de reiterac?a?o criminosa?, afirmaram os procuradores na manifestação enviada a Bretas.
Em depoimento à Polícia Federal, Kiko afirmou que repasses, em espécie, foram feitos à campanha do deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), filho do ex-governador, à Câmara, em 2014. O publicitário coordenou a campanha de Marco Antônio. Os valores seriam disponibilizados por Carlos Miranda, apontado como operador financeiro do esquema. Na semana passada, Kiko apresentou à Justiça planilhas que sugerem a existência de um esquema de caixa dois na campanha do filho de Cabral. A contabilidade entregue em juízo apresenta gastos relacionados à candidatura antes do período oficial de campanha.