Cotidiano

Jucá volta a ser possibilidade para liderança do governo no Senado

BRASÍLIA ? Depois de avisar ao presidente Michel Temer que não pretende mudar de posição no Senado, o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), pode ter de recuar em sua postura e ceder a vaga que hoje ocupa para que o Palácio do Planalto acomode aliados.

Com a escolha de Aloysio Nunes (PSDB-SP) para o cargo de ministro das Relações Exteriores, na quinta-feira, Temer passou a buscar um novo líder do governo no Senado, cargo até então ocupado pelo tucano. Após ouvir senadores da base aliada, o presidente não encontrou um nome de consenso e voltou a insistir na troca com Jucá.

Com a eventual ida de Jucá para a liderança do governo no Senado, fica aberto o caminho para a nomeação do deputado André Moura (PSC-SE) como líder do governo no Congresso. O direcionamento do cargo para um representante do centrão seria uma forma de compensar o grupo, que reúne cerca de 80 deputados, pela perda da liderança do governo na Câmara.

Para assessores do Palácio do Planalto, a prioridade de Temer na escolha deve ser ?amarrar? cerca de 300 votos na Câmara e 60 no Senado, como forma de garantir a aprovação das reformas, como a da Previdência.

Na quinta-feira, auxiliares de Temer afirmavam que a palavra do PSDB terá peso na escolha, já que o posto era ocupado por um senador do partido. Alguns tucanos passaram a defender que a liderança do governo seja usada para ?valorizar? o DEM, partido de médio porte no Congresso, mas que faz dobradinha política com o PSDB. Nesse cenário, o nome do presidente do DEM, senador José Agripino (RN), foi citado como possibilidade para o cargo.

Mas, Agripino rechaçou a possibilidade:

? Não fui sondado, não fui procurado por ninguém do governo para tratar disto, e nem procurarei. A liderança do governo tem que ser ocupada pelos dois partidos maiores, o PSDB eu PMDB. Fora daí, sempre fica uma desconfiança, não é o mesmo sangue ? afirmou Agripino.