Cotidiano

Jornalistas se mobilizam contra assédio no exercício da profissão

jornalistasassedio.jpg RIO- “Jornalista sofre assédio? Onde? Quando? Por quê?”, as perguntas, que se assemelham àquelas feitas pelos profissionais ao escrever uma matéria, compõem o ínicio do manifesto #jornalistascontraoassédio, feito por comunicadoras para denunciar os casos dos quais são vítima durante o exercício da profissão. jornalistas contra assédio

Impulsinado pela demissão de uma jornalista do “Portal Ig”, que relatou o assédio que sofreu enquanto entrevistava o cantor Mc Biel, o movimento já tem mais de 8 mil curtidas em sua página no Facebook e pretende fazer um alerta sobre o tema, contribuindo para eliminar a cultura machista que alimenta a ocorrência desses casos.

“O assédio é um dos ranços do machismo nosso de cada dia. Expurgar isso com denúncia e com informação é tarefa não só das mulheres, mas de qualquer jornalista que pretenda, de fato, ver uma sociedade menos desigual de oportunidades, conceitos, direitos e deveres”, diz o manifesto.

Na campanha, que já tem conquistado adesão nas redes, as jornalistas reproduzem frases invasivas que já vivenciaram enquanto exerciam sua função. Os assédios relatados, em geral, são praticados por colegas de trabalho, chefes e entrevistados.

“Eu ouvi a frase que ali as mulheres faziam as matérias mais ‘lights’ de comportamento, de previsão do tempo, de bichinhos. E os homens faziam as materias mais aprofundadas de política e de economia”, conta uma das jornalistas que aparecem no vídeo confeccionado pelo movimento.

“Esse político só vai falar para sua matéria se você tomar um café com ele, jogar um charme…” diz outra profissional.