JERUSALÉM ? O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que conversará na noite deste domingo com o presidente americano, Donald Trump, cuja posse impulsionou o lançamento de novos projetos de colonização em Jerusalém Oriental. No primeiro fim de semana do republicano no cargo, a prefeitura israelense de Jerusalém deu a aprovação definitiva à construção de 556 casas em três bairros de colonos do leste da cidade, de população majoritariamente árabe. Após anos de tensão com a Casa Branca, um vez que o ex-presidente Barack Obama marcou forte oposição à colonização, Israel vê no novo governo republicano uma chance de melhorar a relação com os EUA.
Em Jerusalém Oriental, a pedido de Netanyahu e à espera da chegada de Trump à Casa Branca, foram congeladas no fim de dezembro as autorizações de construção de casas, segundo autoridades. Meir Turjeman, presidente da comissão de construção e planejamento da prefeitura de Jerusalém, disse que estas casas serão construídas agora nos bairros de colonos de Pisgat Zeev, Ramot e Ramat Shlomo.
? As regras do jogo mudaram com a chegada de Donald Trump ao poder. Não temos mais as mãos atadas, como na época de Barack Obama ? afirma Turjeman. ? Estas 566 casas são apenas o tiro de largada. Temos planos para construir 11 mil casas à espera de ser autorizados.
O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, declarou em um comunicado que também serão construídas 105 casas nos bairros palestinos.
? Passamos oito anos difíceis com Barack Obama, que pressionava para que as construções fossem congeladas ? declarou o prefeito.
Netanyahu comemorou a chegada ao poder de Trump, depois de ter mantido relações tensas com seu antecessor, Barack Obama. O democrata adotou tom crítico à questão das colônias, consideradas por ele um obstáculo nas negociações de paz com os palestinos. A tensão alcançou seu pico quando, em 23 de dezembro, os Estados Unidos não vetaram, pela primeira vez desde 1979, uma resolução da ONU que condenava as colônias israelenses.
Cerca de 430 mil colonos israelenses vivem atualmente na Cisjordânia ocupada e mais de 200 mil em Jerusalém Oriental, que os palestinos desejam que seja a capital do Estado ao qual aspiram.