VIENA – O ministro iraniano do petróleo, Bijan Namdar Zanganeh, defendeu nesta quarta-feira em Viena o retorno do sistema de cotas de produção por país na Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep), apesar de achar “cedo” para haver um eventual acordo nesse sentido.
Ao chegar na capital austríaca, na véspera da reunião do cartel, o ministro afirmou à imprensa que a ideia de implementar um teto global de produção para o grupo “não tem interesse para nós, nem para os outros membros da Opep”.
Zanganeh afirmou que “uma das principais ideias é instaurar cotas de produção por país, apesar de não acreditar que, nesta reunião, possamos alcançar um acordo sobre esse ponto”.
? É cedo e temos que falar mais ? acrescentou.
O governo iraniano já sustentou em várias ocasiões que seu objetivo atual não é se submeter a um teto de produção antes de recuperar o nível de extração e participação no mercado que detinha antes da imposição de sanções internacionais sobre o país, que foram suspensas em janeiro.
Segundo a autoridade, o país está produzindo mais de 3,8 milhões de barris diários e “muito em breve” alcançará o objetivo de 4 milhões de unidades por dia. Ele afirmou que, em maio, as exportações foram de 2,023 milhões de barris por dia.
Ao ser perguntado se o país enfrenta dificuldades em exportar devido às sanções remanescentes contra o Irã pelos Estados Unidos, Zanganeh reconheceu que o governo tem “algumas dificuldades com os bancos, o que não significa que não possamos exportar o petróleo e os derivados”.
O ministro disse que “o principal ponto na agenda da reunião” de quinta-feira é a eleição do novo secretário-geral da Opep.
A Venezuela anunciou a candidatura de Alí Rodríguez Araque, que já ocupou o cargo nos anos de 2001/2002 e é o atual embaixador do país em Cuba. A Nigéria e a Indonésia indicaram Mohammed Barkindo e Mahendra Siregar, respectivamente, segundo a Bloomberg.
O atual secretário-geral é o líbio Abdallah El Badri, que está no cargo desde 1º de janeiro de 2007.